A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) reuniu mais de 100 representantes de prestadores de saúde, operadoras e entidades de defesa do consumidor na primeira reunião do Grupo Técnico Interáreas, coordenado pelas diretorias de Desenvolvimento Setorial, de Normas e Habilitação de Produtos e de Fiscalização.  A pauta da reunião, realizada em 14 de julho no Rio de Janeiro, foi a regulamentação das vendas de planos de saúde online e os usos e Mecanismos Financeiros de Regulação (coparticipação e franquia).

O tema certamente terá grande impacto no mercado profissional de corretores de seguro saúde. Segundo dados da ANS, o Brasil tem 48 milhões de planos de saúde de assistência médica  e 21,7 milhões de assistência odontológica, desses 66% são planos coletivos empresariais, 20% familiares e 13,44% por adesão, sendo que os estados do Sudeste representam 30% desse total. Eles são geridos por 1.320 operadoras de saúde em atividade no Brasil.

As diretoras da ANS, Martha Oliveira, Simone Freire e Karla Coelho iniciaram o encontro explicando o objetivo do grupo. Segundo elas, o encontro foi uma oportunidade de debate sobre os temas emergentes da saúde suplementar de forma integrada. As diretoras destacaram ainda que as soluções colaborativas são mais eficientes por se adaptarem à realidade do setor.

A diretora-adjunta de Desenvolvimento Setorial, Michelle Mello e o diretor-adjunto de Normas e Habilitação das Operadoras, Cesar Serra, acompanhados do vice-presidente da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, Leonardo Palhares, do Head BX da seguradora Youse, Gustavo Zobaran e do diretor da Amil, Paulo Jorge Rascão, participaram do debate sobre as vendas de planos de saúde online.

Palhares tratou do uso da informação, do e-commerce e das rupturas trazidas pela tecnologia em face aos desafios regulatórios. Zobaran apresentou um benchmarking da empresa Youse, uma seguradora (automóveis, vida e residência) 100% virtual. Ele destacou a evolução do mercado de seguros e da atual mudança de foco, que deixa de ser em um portfólio baseado em produtos para um portfólio adaptável ao cliente. Já Rascão apresentou o protótipo da Amil para a venda online de planos de saúde e a experiência da empresa na venda online de planos exclusivamente odontológicos.

Na segunda parte do encontro, a diretora-adjunta de Normas e Habilitação dos Produtos, Carla de Figueiredo Soares, e o Gerente-Geral de Fiscalização, Frederico Villela, representaram a ANS e coordenaram o debate sobre coparticipação e franquia. Carla apresentou um panorama sobre os mecanismos financeiros de regulação e destacou os três pilares que devem basear a discussão: clareza contratual, definição clara de limites, modelagem contratual da franquia e coparticipação e delimitação da incidência dos fatores moderadores. Villella apresentou os conceitos de coparticipação e franquia com os quais a regulação da ANS trabalha e o arcabouço legal e normativo do tema em questão.

César Lopes, consultor da Towers Watson Brasil, Solange Beatriz, presidente da FenaSaúde e  José Lumertz, do Instituto Brasileiro de Atuária, foram convidados para compor a mesa. Lopes apontou dados sobre coparticipação, franquia e outros fatores moderadores, em planos coletivos empresariais no Brasil e nos Estados Unidos. Solange Beatriz defendeu que o beneficiário precisa ser estimulado a zelar pelo controle do uso do plano de saúde. E Lumertz encerrou o encontro apresentando um panorama sobre a coparticipação no Brasil e as consequências desse instrumento. Algumas das apresentações podem acessados no site da ANS.

A próxima reunião do grupo está marcada para 5 de setembro, no Rio de Janeiro, e terá transmissão ao vivo pelo Periscope e pelo Twitter da ANS. (Com informações da assessoria da ANS).