Já não é novidade que a maioria das santas casas, que há anos atendem pelo Brasil, vem sofrendo com o descaso por parte do poder público. Sucateadas e carentes de equipamentos e medicamentos, essenciais para realização de exames e procedimentos, uma das alternativas para a instituição é apostar no financiamento coletivo, iniciativa que vem sendo usada como solução para tirar do papel os mais variados tipos de projeto com a arrecadação coletiva de fundos.

Mais de 140 mil contribuintes e moradores da região do Vale Histórico (Cruzeiro – SP) contam com o atendimento deste hospital. Com o apoio da Associação Comercial e da Associação das Indústrias até o momento, a campanha atingiu 29% do valor almejado.

Um dos idealizadores da campanha e especialista em crowdfunding, Vinicius Maximiliano, explica que “todos os valores arrecadados ficarão em poder da plataforma de financiamento coletivo (kickante) até o momento da finalização da campanha, quando então serão transferidos para o coordenador do projeto, que então irá adquirir produtos essenciais para a instituição e doá-los diretamente”, afirma.

“O detalhamento dos valores recebidos e dos montantes transferidos estarão disponíveis na página do projeto e serão enviados por correio eletrônicos a todos os participantes para a total transparência.  Nenhum valor relativo às doações será transferido, movimentado, repassado ou coordenado por nenhuma esfera do poder público, pois se trata de uma iniciativa privada para destinação de fundos para o hospital”, explica o advogado.

Vinicius afirma que a cidade de Cruzeiro, no vale histórico, tem na sua Santa Casa de Misericórdia, uma referência na região, mas atualmente sofre com a greve de funcionários por atraso de salários, falta de suprimentos, de atendimento, de verbas. “A ideia da campanha está longe de criticar, punir ou culpar A, B ou C. A cidade precisa agir para contribuir para a solução do problema. Com o sem o Estado, as necessidades de atendimento à saúde são um problema que bate à porta de todos, ricos, pobres, crianças, jovens, adultos, idosos, homens e mulheres. A saúde não tem distinção, ela é única e universal e discutir o certo e o errado não irá por si só resolver qualquer problema”, conclui Vinicius.

Esta campanha tem por objetivo receber o apoio da comunidade, de todas as cidades afetadas e de todos os cidadãos que se preocupam em, no momento da emergência, não ter a quem ou onde se socorrer.  Cruzeiro, Bananal, Areais, São José do Barreiro, Lavrinhas, Silveiras, Cachoeira Paulista, Queluz, entre outras da região do Vale histórico, além dos acidentados nas rodovias que cortam o Vale e que em uma situação de emergência precisam ser trazidos à Santa Casa.

Ele diz ainda que o crowdfunding é uma alternativa viável, transparente e rápida de agir em questões sociais sem que se dependa de questões burocráticas ou políticas. “Se todas as entidades hospitalares do país adotassem projetos dessa natureza, além do maior envolvimento da população, reduziriam sua dependência de verbas estatais para as questões de sobrevivência dessa instituição, que tanto fez e faz Brasil afora, mas que está em segundo plano. As epidemias pelas quais o Brasil passa atualmente são um exemplo do que o descaso com a saúde causa na vida de todos nós, dentro de nossas casas. Da minha saúde cuido eu, mas da minha Santa Casa, temos que cuidar todos nós!”

O site da campanha pela Santa Casa está no ar (www.salvesantacasa.com.br). Os detalhes da campanha estão tanto no site quanto na página do projeto no kickante (http://www.kickante.com.br/campanhas/salve-santa-casa-de-cruzeiro). Existe ainda a pagina do Facebook com atualizações constantes sobre o projeto (http://www.facebook.com.br/salveasantacasa). Dezenas de pessoas já contribuíram, criando inclusive um mascote para a campanha, além dos patrocínio para as recompensas para todos os que apoiarem a causa.