O mercado de serviços de laboratórios de exames clínicos deve se consolidar através de fusões e aquisições para fazer frente a crescente pressão de aumento de custos de saúde em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) dos países.

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A advertência é de Pierre Wallemacq, diretor nos Laboratórios Médicos nas Cliniques Universitaires Saint-Luc, de Bruxelas, Bélgica, em sua palestra no 3º Fórum Medicina do Amanhã, realizado na última sexta-feira, 25, pelo Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

Segundo ele, nos últimos 20 anos as despesas mundiais com saúde cresceram o triplo do PIB no período. O Brasil gasta US$ 1.109,00 ao ano (40% na área pública e 60% na privada); a Bélgica gasta US$ 4.419,00 (75% na área pública e 25% na área privada); os Estados gasta US$ 8.745,00 (40% no setor público e 60% no privado). Na Bélgica, o laboratório de análises clínicas é utilizado em cerca de 70% das decisões tomadas pelos médicos, mas representa apenas cerca de 5% das despesas médicas. O mercado global de saúde naquele país está estimado em 38 bilhões de euros, do qual a medicina laboratorial representa  5% desse valor total.

Ele acrescenta que “o número de laboratórios nos últimos 20 anos diminuiu de 700 para 150 (agosto de 2015), devido a fusões, aquisições e fechamento da empresa, o que dá uma ideia da importância em diminuir custos dos exames. A forma de pagamento de reembolso de despesas médicas está mudando de pagamento por paciente por pagamento por doença”.

Além das pressões econômicas de crescimento de custos, ele cita o envelhecimento da população, o impacto de novas tecnologias, como biomarcadores, o custo de manutenção e acompanhamento das exigências governamentais, a competição entre hospital e laboratórios comerciais, e inovações no campo da Genômica, na nova geração de análise de sequenciamento, bioinformática e medicina personalizada  (hoje chama de medicina de precisão).

Diz ainda que os laboratórios de análises precisam ser atualizar na tecnologia da informação, para integrar os exames nos prontuários eletrônicos dos pacientes, como já fazem softwares da Epic e Cerner. Enfatiza ainda que eles têm de se modernizar com uso de manipulação gráfica, storage, servidores remotos, cloud computing, prescrição eletrônica, billing, encriptação, firewalls, etc, “Hoje temos um laboratório inteiro num chip”, diz os especialistas, acrescentado que “na própria área de atividades, onde tem de haver investimentos em banco de dados genéticos, uso de algoritmos, sequenciamento de DNA, em tecnologias específicas que estão evoluindo rapidamente e no treinamento de pessoal que está deixando a desejar”.