Compliance, termo muito utilizado no universo dos negócios, tem um importante significado: o de agir de acordo com regras, políticas e diretrizes estabelecidas. Em outras palavras, contribui para que todos estejam em conformidade com leis e regulamentos externos e internos a fim de detectar e evitar quaisquer desvios que possam ocorrer.

No Brasil, este conjunto de práticas que visa a transparência está ganhando mais força nos últimos anos. A Lei nº 12.846/2013, também conhecida como Lei Anticorrupção, é um dos indícios de como o compliance tem conquistado espaço no país, embora esta lei seja direcionada ao relacionamento de fornecedores com o governo brasileiro.

Na área da saúde, o termo enfrenta desafios sem precedentes diante de um controle regulatório cada vez mais intenso. A discussão sobre a importância do compliance começou recentemente, no entanto, precisa evoluir a passos largos, pois novas soluções e tecnologias aparecem dia após dia. Segundo pesquisa realizada pela Deloitte Center for Health Solutions (2016), os investimentos em compliance apresentaram alta tendência de crescimento nos últimos anos. Porém, para 78% dos entrevistados, este cenário de aportes vultosos não deve mudar em termos reais nos próximos três anos.

Atuando em um mercado que demanda cada vez mais regulamentações, as instituições de healthcare precisam cumprir com um grande volume de regras e diretrizes em todos os aspectos do negócio. Responder a esse universo cada vez mais complexo é extremamente desafiador, sobretudo porque não cumprir com as práticas de compliance pode ter um profundo efeito no custo, na reputação da instituição e, principalmente, na vida dos pacientes.

Globalização, parcerias, transparência, maior ênfase em tecnologias inovadoras e novas necessidades dos clientes são fatores identificados como os mais relevantes para o compliance no setor de saúde, aponta a pesquisa realizada pela Deloitte Center for Health Solutions.

Diante deste cenário, é imprescindível buscar por parceiros éticos, assinar contratos apenas com fornecedores que atuem com integridade e que possuem total transparência em suas ofertas. O compliance não deve ser o fim, mas o meio para transformar todas as relações humanas, incluindo os ambientes onde são tomadas decisões que impactam na vida de muitas pessoas: o mundo dos negócios. E no segmento da saúde não deve e não pode ser diferente.

Roberto Ribeiro da Cruz, CEO da Pixeon.