Criar um aplicativo para coletar dados cognitivos de pessoas com o mal de Alzheimer e obter informações para ajudar em pesquisas sobre a doença. Com esse objetivo, Felipe de Luca, estudante da graduação em Ciência da Computação do Centro Universitário Senac, iniciou, há três anos, o desenvolvimento da ferramenta em conjunto com professores e alunos da Universidade da Califórnia, Riverside (UCR), uma das instituições públicas de ensino superior referência nos Estados Unidos.

Voluntário nas pesquisas, Felipe é coautor do projeto desenvolvido com a estudante do Laboratório de Cognição Computacional e Psicolinguística da UCR, Adrian Cunningham. Sob a orientação do professor Dr. Curt Burgess, da universidade americana, eles planejaram e desenvolveram o aplicativo SCiL (Semantic Cognition in Language). Hoje, a pesquisa conta com o apoio de outros estudantes dos Estados Unidos e do Brasil, entre eles, o brasileiro Bruno Flora, ex-aluno de Design Digital do Senac, que contribuiu com  ações complementadoras.

O SCiL tem sido bem recebido por pesquisadores e, atualmente, está em fase de testes. O aplicativo poderá ser usado para a captação de dados cognitivos para analisar a performance do usuário em responder a perguntas. A partir daí, é possível analisar como o usuário reage e o tempo de resposta para as questões levantadas. Os dados extraídos dos testes com o uso do aplicativo darão suporte para pesquisas sobre o Alzheimer.

Como tudo começou

Ao ingressar no curso, Felipe sonhava em desenvolver ferramentas em pesquisa científica. Ele estava no segundo ano do curso de Ciências da Computação do Centro Universitário Senac e desenvolvia projetos paralelos à faculdade no centro de inovação instalado no campus da instituição em Santo Amaro. No local, os alunos têm à disposição equipamentos que auxiliam o aprendizado, colocando em prática conceitos trabalhados em sala de aula. As atividades são acompanhadas por professores da instituição.

“O centro de inovação existe desde 2013 e o objetivo é envolver estudantes e professores em uma dinâmica de estudos e pesquisas, com base em uma metodologia colaborativa e multidisciplinar. Além de fortalecermos a imagem de vanguarda do Centro Universitário Senac, oferecemos todas as ferramentas para que os nossos alunos tenham vivências inovadoras, relacionadas à profissão que escolheram”, explica Leandro Mastropasqua, coordenador do Centro de Estudos Aplicados e Parcerias do campus Santo Amaro do Centro Universitário Senac.

Enquanto isso, na Califórnia, a estudante Adrian Cunningham, do Laboratório de Cognição Computacional e Psicolinguística da UCR, teve a ideia de criar o app. Felipe e Adrian se aproximaram por meio de suas instituições de ensino. Os dois, sob orientação do professor Dr. Curt Burgess, passaram a realizar reuniões semanalmente. Logo, ele passou a trabalhar no planejamento e desenvolvimento do aplicativo SCiL com Adrian e o Dr. Curt. Hoje, eles e outros pesquisadores trabalham juntos para deixar sua contribuição à ciência por meio da tecnologia, sobretudo na área da saúde.