O Ministério da Saúde inicia a principal pesquisa que mede os fatores de risco e de proteção para doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, cânceres, obesidade, doenças respiratórias e relacionadas ao coração – principais causas de mortes no país.A pesquisa Vigitel 2020 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), tem expectativa de ouvir 27 mil pessoas somente no primeiro semestre.

“Conhecer a situação de saúde da população é o primeiro passo para planejar ações e programas que reduzam a ocorrência e a gravidade destas doenças, melhorando, assim, a saúde da população”, destacou o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira.

Desde 2006, a pesquisa Vigitel monitora a frequência e a distribuição de fatores de risco para o surgimento destas doenças através de um questionário, respondido por telefone, sobre itens como hábitos alimentares (consumo de frutas e hortaliças) e estilo de vida (prática de atividade física, tabagismo e consumo de bebidas alcóolicas). São também investigadas a frequência e o diagnóstico médico de hipertensão arterial e diabetes, bem como a realização de exames de mamografia e de papanicolau.

O tempo médio para responder ao questionário é de cerca de 12 minutos. As ligações serão feitas das 9h às 21h (horário de Brasília) nos dias da semana, e das 10 às 16h aos sábados, domingos e feriados.

A participação na pesquisa Vigitel é voluntária. Contudo, é muito importante para que seja possível conhecer o retrato da saúde das pessoas no país e para o planejamento e monitoramento das ações e políticas públicas de cuidado à saúde dos brasileiros.

Pesquisa VIGITEL

As entrevistas telefônicas são realizadas anualmente em amostras da população adulta (18 anos ou mais) residente em domicílios com linha de telefone fixo. Inicialmente, são sorteados números telefônicos fixos a partir de bases de cadastros existentes nas capitais do país, cedidos pelas empresas telefônicas. A próxima etapa é identificar, entre as linhas sorteadas, aquelas que são elegíveis, ou seja, que estão disponíveis e aptas para responder a pesquisa.

São consideradas não elegíveis as linhas que correspondem a empresas; não existem ou se encontram fora de serviço; ou não atendem a seis tentativas de chamadas feitas em dias e horários variados, podendo corresponder a domicílios fechados. As linhas consideradas elegíveis passam por uma segunda etapa, com sorteio de um dos moradores adultos no domicílio para responder ao questionário.

Quem atender a ligação precisa informar a quantidade de moradores adultos (com 18 anos ou mais) do domicílio, além da idade e do sexo. A partir dessas informações, os resultados da pesquisa poderão representar os hábitos de vida de toda a população adulta das capitais brasileiras.

Segurança

Durante o inquérito telefônico, não será perguntada qualquer informação relacionada a documentos pessoais, como CPF, RG ou mesmo dados bancários. As únicas informações pessoais obtidas por meio da pesquisa dizem respeito à idade, sexo, escolaridade, estado civil e raça/cor, uma vez que permitem que os resultados reflitam a distribuição sociodemográfica da população total.

O sigilo das informações é garantido pela Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação) e pela Resolução nº 466 de 12 de dezembro de 2012, do Conselho Nacional de Saúde.

Vigitel 2018 revela maior índice de obesidade dos brasileiros

A pesquisa Vigitel 2018 apontou aumento da obesidade no Brasil de 67,8% nos últimos 13 anos, saindo de 11,8%, em 2006, para 19,8%, em 2018. O Vigitel também demonstrou crescimento considerável de excesso de peso entre a população brasileira. No Brasil, mais da metade da população, 55,7% tem excesso de peso. Um aumento de 30,8% quando comparado com percentual de 42,6% registrado no ano de 2006.

Por outro lado, também aumentou a adoção de hábitos saudáveis no país: a prática de alguma atividade física no tempo livre, pelo menos 150 minutos na semana, cresceu 25,7% (de 2009 a 2018) no Brasil, saindo de 30,3%, em 2009, para 38,1% em 2018. E, em relação a alimentação, cresceu em 15,5% o consumo de frutas e hortaliças recomendado pela Organização Mundial da Saúde (cinco porções diárias pelo menos cinco vezes na semana) em comparação com 2008. Em 2018, o percentual do consumo chegou a 23% em comparação com os 20% de 2008.