Os hospitais de campanha de Minas Gerais podem ganhar, já nos próximos dias, um reforço fundamental no tratamento da Covid-19. Trata-se de um ventilador pulmonar inteligente, desenvolvido especificamente para dar suporte a pacientes infectados. Se homologado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o equipamento ajudará a evitar um provável colapso no sistema de saúde do Estado, motivado, especialmente, pela indisponibilidade de respiradores artificiais.
Por meio do projeto social InspirAR e com o apoio da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), a empresa mineira de soluções tecnológicas Tacom desenvolveu um protótipo do ventilador pulmonar em 20 dias. Médicos intensivistas de uma grande rede de hospitais de Minas Gerais, engenheiros, programadores e desenvolvedores participaram do projeto. “Nos países mais atingidos, a falta de respiradores foi o principal motivo dos óbitos. Pensando nisso e na tentativa de salvar vidas, decidimos nos movimentar para desenvolver um novo modelo de ventilador pulmonar”, explica o diretor comercial da Tacom, Marco Antônio Tonussi.
De fácil manuseio e custo muito inferior ao de um respirador importado, o ventilador pulmonar, por meio do sistema de exaustão a vácuo, evita o vazamento de ar contaminado, expirado pelos respiradores convencionais. Além disso, o uso do aparelho possibilita que profissionais da saúde especialistas em ventilação mecânica possam se dedicar a casos mais graves, já que os ventiladores pulmonares são controlados remotamente, bastando apenas um profissional para controle de até 50 equipamentos simultaneamente.
Depois de fabricados, os equipamentos serão doados ao governo estadual, que se encarregará da destinação aos hospitais de campanha e demais instituições hospitalares das cidades mais afetadas pela pandemia.A expectativa é que, até o mês de junho, sejam produzidas entre 2 mil e 5 mil unidades.
Desafio
A preocupação dos sócios da Tacom, dos apoiadores do projeto e do governador Romeu Zema, que visitou a empresa no último dia 16, é que o equipamento não seja homologado em tempo hábil pela Anvisa. “O processo de homologação leva, em média, de seis a doze meses. Mas estamos contando com o respaldo técnico e jurídico da Fiemg para tornar mais ágil esse trâmite, considerando o caráter urgente da situação”, ressalta Tonussi.
Depois te ter sido aprovado por médicos, o ventilador agora passa por um refinamento do software, simulações e outros testes, enquanto aguarda homologação.