A plataforma de engajamento para a cidadania Colab e a Epitrack, startup de inteligência de dados para o monitoramento e controle de doenças, se uniram para ajudar na identificação antecipada de risco de casos de coronavírus no Brasil. Qualquer cidadão pode baixar o aplicativo Colab gratuitamente em seu celular e fornecer informações sobre o seu estado de saúde, para construir coletivamente um grande mapa nacional de risco, que está disponível na plataforma Brasil Sem Corona.
O mapa fornece dois tipos de indicadores: a estimativa de casos de coronavírus por território, atualizada em tempo real, e uma previsão do que pode acontecer em até 7 dias. A equipe do Colab também fornecerá gratuitamente planilhas para gestores públicos que quiserem ter acesso às informações detalhadas do território em que atuam. Os interessados devem entrar em contato através da seção “Quero Ajudar” em www.brasilsemcorona.com.br. As informações fornecidas pelos usuários do Colab serão públicas, porém suas identidades serão mantidas em anonimato.
A ação ajudará os órgãos de saúde a ter previsibilidade sobre os riscos de contágio em todo o Brasil e a planejar e antecipar ações para combater a propagação do novo coronavírus, com a oportunidade de priorizar regiões mais vulneráveis.
“Há uma grande lacuna entre o número de brasileiros infectados pelo COVID-19 e os casos notificados. Isso ocorre porque o paciente é contabilizado pelo sistema de saúde só quando procura assistência médica. Mas naquele período de tempo entre o surgimento dos sintomas e a notificação o indivíduo pode ter transmitido o vírus para outras pessoas”, afirma Onicio Leal, cofundador da Epitrack, que é epidemiologista, PhD em Saúde Pública e pesquisador sênior do departamento de Economia da Universidade de Zurich.
A ação do Colab e da Epitrack também mostra que a tecnologia pode ser uma ferramenta para que os cidadãos participem da construção de uma melhoria na saúde pública. Quanto mais pessoas participarem, mais a plataforma poderá contribuir para uma resposta em saúde pública.
O aplicativo Colab já é usado por 300 mil brasileiros como uma plataforma em que o cidadão pode reivindicar melhorias e participar em tomadas de decisão da sua cidade. E a sua voz é ouvida pela administração pública. Mais de 100 prefeituras usam o Colab para exercer uma gestão mais eficiente e colaborativa.
Vigilância participativa
Em um cenário em que o diagnóstico precoce de casos ajudaria muito a conter a rápida disseminação do vírus, a participação cidadã entra como um excelente recurso para que o Brasil possa entender o comportamento dessa epidemia e agir para preveni-la e combatê-la.
“Como já trabalhamos com cidadania e colaboração junto com governos, que são nossos clientes, resolvemos focar todos os nossos esforços nessa ação, para que a plataforma do Colab seja um meio de vigilância participativa e que a população possa contribuir para gerar dados que serão de extrema importância para a gestão pública”, diz Gustavo Maia, CEO do Colab.
Estudos científicos apontam que a vigilância participativa por plataformas de crowdsourcing conseguem antecipar o surgimento de alguns surtos e epidemias em até duas semanas.
Como participar
Para participar, basta baixar o aplicativo Colab em um smartphone (disponível para sistemas Android e IOS) e responder ao questionário “Brasil Sem Corona” que estará disponível logo que o aplicativo abrir.
Primeiro, o usuário irá informar se está se sentindo bem ou não. Se disser que está bem, será questionado sobre se entrou em contato com alguém que apresenta os sintomas do COVID-19, o que também poderia indicar certo grau de risco, e se mora com um idoso, para detectar o risco desse grupo.
Se o usuário disser que não está se sentindo bem, irá responder a uma série de perguntas sobre sintomas e se chegou a procurar o sistema de saúde, o que pode ser um indicativo de que seus sintomas são graves. O algoritmo desenvolvido pela Epitrack analisa a combinação das respostas e organiza um mapa de calor com a localização geográfica dos usuários e o nível de risco de estarem infectados pelo COVID-19.
Pelo Colab também será possível denunciar a prática de preço abusivo de um produto básico, evento ou comércio aberto irregularmente, filas e aglomerações de pessoas em hospitais e postos de saúde e falta de abastecimento de alimento, remédios e produtos básicos.
Epitrack
A Epitrack atua no segmento de Digital Health com a missão de proporcionar acesso inteligente à saúde. Suas plataformas contam com mapas interativos que mostram como doenças se comportam no território. Criada em 2013, a startup já se tornou referência na construção de plataformas baseadas em crowdsourcing e inteligência epidemiológica.
A startup desenvolveu plataformas de vigilância participativa em eventos de massa, como a Saúde na Copa, para a Copa do Mundo de 2014 no Brasil, e a Guardiões da Saúde, para os Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro. Durante esses eventos, o Ministério da Saúde instalou um gabinete de monitoramento com uma equipe central de vigilância que ficava acompanhando as tendências de risco de epidemias e, quando avaliava necessário, enviava equipes de investigação em campo para averiguar se de fato estava ocorrendo o início de um surto.
Também desenvolveu outras soluções que foram aplicadas em países como Estados Unidos, Canadá, Suíça e Porto Rico.
Colab
Colab é uma plataforma que conecta cidadão a governo, para dar mais voz ao cidadão e permitir que o governo pratique uma gestão mais compartilhada e eficiente. A população posta demandas de zeladoria urbana no aplicativo Colab e elas são levadas em tempo real às prefeituras pelo sistema da plataforma, sem paradas burocráticas ou empecilhos. E os gestores se baseiam nas propostas e pedidos dos cidadãos para conduzir a administração pública. Pelo aplicativo, os cidadãos também respondem a consultas públicas realizadas pelas prefeituras, para que sua opinião seja levada em conta em tomadas de decisão.
Fundado em 2013 e eleito o melhor aplicativo urbano do mundo pela New Cities Foundation, o Colab já recebeu prêmios nacionais e internacionais pela inovação na gestão pública. Também é a plataforma escolhida pelo ONU-Habitat, o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos, para aplicar uma pesquisa anual nacional de percepção dos brasileiros sobre a condição de vida em suas cidades.