Uma revolução mundial está em curso e promete mudar a forma como cuidamos da vida. O uso da inteligência artificial e da computação cognitiva na Saúde avança dia a dia, proporcionando agilidade, mobilidade, segurança do paciente e assertividade na tomada de decisões, do melhor diagnóstico a estratégias competitivas de negócio.

O termo computação cognitiva se apoia no conceito de inteligência artificial e aprendizagem de máquinas para descrever uma nova era computacional em que os sistemas interagem com os seres humanos por meio da compreensão de linguagem natural, capacidade de aprendizagem e de identificação de padrões ou insights que se assemelham ao raciocínio humano. É a máquina inteligente auxiliando e melhorando a rotina profissional.

A tecnologia já está sendo aplicada em diversos países para solucionar diferentes desafios, principalmente nas áreas de engajamento com clientes, suporte à decisão clínica e apoio à descoberta científica. As organizações de Saúde não poderiam ficar de fora dessa revolução. Em países nos quais a tecnologia já é realidade, uma das áreas mais afetadas é a experiência dos usuários, por meio do uso de dispositivos médicos inteligentes que o auxiliam no cuidado com sua saúde e qualidade de vida. Por meio desses dispositivos de medicina preventiva e preditiva, o paciente entende sua condição e se torna atuante e corresponsável pelo tratamento, evitando assim que procure atendimento somente em emergências, quando está mal e correndo mais riscos, precisando, portanto, de procedimentos de custo elevado.

A computação cognitiva na Saúde também pode auxiliar na redução de custos e no aumento da eficiência das organizações, por meio do cruzamento de dados que permitem uma gestão mais eficiente. É possível ainda trabalhar com previsão de cenários futuros e se preparar para eles de forma mais apurada, como no caso de patologias endêmicas.

Casos de sucesso

A prática clínica também muda com a revolução cognitiva. Um dos exemplos é o uso da tecnologia Watson, da IBM, aplicada no setor de Oncologia do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em Nova York. O sistema é capaz de recomendar terapias contra o câncer a partir do cruzamento da literatura científica com dados clínicos e genéticos do paciente. O Watson não diz qual é o melhor, mas traz todos os possíveis tratamentos oncológicos e suas evidências científicas, inclusive com grau de risco e efeitos colaterais.

Já o Baylor College of Medicine, no Texas, está usando computação cognitiva para acelerar seu processo de investigação, fornecendo novas perspectivas para pesquisadores explorarem  estudos anticâncer. O sistema revela padrões, cria visualizações para as diversas possibilidades e ajuda a validar hipóteses. Isso depois de ter analisado 70 mil documentos.

Outro caso internacional que vale ser citado é da Wellpoint, empresa norte-americana que adotou a tecnologia para oferecer suporte a decisões e acelerar o processo de aprovação de requisições médicas, que antes levavam dias e agora são concluídas em alguns segundos. Isso só foi possível porque o sistema foi treinado com 25 mil casos históricos, aos quais são aplicados técnicas de geração de hipóteses e aprendizado, baseado em evidências, para gerar recomendações que auxiliam na tomada de decisão.

Mas a revolução não é só internacional. No Brasil, o Hospital do Câncer Mãe de Deus, localizado em Porto Alegre-RS e referência em tratamento oncológico na região Sul do Brasil, é o primeiro a utilizar o Watson for Oncology.

Além disso, como neste ano a MV iniciou parceria com a IBM para inserir inteligência cognitiva nos seus sistemas de Saúde, algumas aplicações do IBM Watson, como o Watson Knowledge Studio e o Natural Language Understanding, foram incorporadas ao Prontuário Eletrônico do Paciente. Como essas aplicações ensinam ao Watson o vocabulário médico (causas, sintomas, conduta e relação entre elas), tornam possível o uso do prontuário clássico (em textos livres) para preenchimento de formulários, como anamnese. A tecnologia cognitiva faz a leitura dos textos médicos e consegue entender o seu conteúdo a ponto de organizá-los para a criação de indicadores e melhor tomada de decisão.

Outras aplicações incorporadas à solução da MV foram o Watson Conversation, que interpreta questionamentos; o Text to Speech, que converte texto em voz; o Speech to Text, que transforma áudio em escrita; e o Natural Language Classifier, responsável por compreender as variações e intenções das perguntas, sempre trazendo a resposta mais adequada. Com isso, a MV proporciona aos seus clientes a possibilidade de trabalhar com uma espécie de assistente virtual, que permite a busca rápida de informações estratégicas sobre o desempenho da instituição de Saúde de forma natural e interativa com recebimento de respostas por texto ou voz.

Na solução de Business Intelligence (BI) da MV, que capta, reúne e converte volume de dados em informações relevantes para apoio na tomada de decisão, profissionais de Saúde têm acesso a respostas automática, via chatbot do Watson, sobre, por exemplo, quantidade de leitos ocupados, cirurgias agendadas, comparativo de faturamento por convênio, faturamento mensal da instituição de Saúde, etc.

Com isso, percebemos que  o uso da computação cognitiva na Saúde faz caminho sem volta e promete mudar a forma como as organizações se relacionam com os pacientes. Portanto, o futuro já chegou.

Paulo Magnus, presidente da MV.