Rede Nacional de Ensino e Pesquisa conecta 1.237 campi em mais de 900 municípios brasileiros. “O que falta é a integração dos gestores para que o programa avance e chegue aos hospitais e unidades básicas de saúde”, avaliou o coordenador da Rede Universitária de Telemedicina, Luiz Ary Messina, durante o Fórum RNP 2016.

Governo, estados e municípios devem trabalhar para potencializar o uso da tecnologia no sistema público de saúde. O alerta foi feita nesta quinta-feira, 10, por especialistas no painel “Políticas Públicas de Telemedicina e Telessaúde no Brasil”, no Fórum RNP 2016.

Segundo o coordenador da Rede Universitária de Telemedicina (Rute), Luiz Ary Messina, a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) já conecta 1.237 campi universitários, o que significa mais de 900 municípios com internet de qualidade. “O que falta é a integração dos gestores para que o programa avance e chegue aos hospitais e unidades básicas de saúde.”

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Antônio Nardi, destacou que a informatização do sistema é uma das prioridades atuais da pasta. “Já temos uma rede bem estabelecida no país. O que temos de fazer é que essa rede seja utilizada para a formação e a capacitação dos profissionais de saúde em prol do cidadão. Esse investimento não adianta nada se o cidadão não for alcançado.”

Antônio Nardi apresentou os principais objetivos e resultados do programa Telessaúde Brasil Redes, implantado em 2007 pelo ministério. O programa oferece teleconsultorias, telediagnósticos e tele-educação a gestores e profissionais que atuam no Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, 46 Núcleos de Telessaúde estão implantados em 23 estados do país. O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) é parceiro do programa, por meio da RNP.

“A tecnologia permite que o paciente seja monitorado dentro da sua casa. Isso pode gerar uma grande economia, ao evitar deslocamentos e encaminhamentos desnecessários”, acrescentou o médico Fernando Cupertino, membro do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

Já o presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Mauro Guimarães, defendeu a capacitação dos gestores que vão assumir os cargos nas prefeituras brasileiras em 2017. “Teremos 3 mil novos secretários municipais de saúde em janeiro próximo. O Conasems desenvolveu um manual e vai promover encontros presenciais nos estados para explicar o que é o SUS e a que pontos os gestores devem ficar atentos.”

Ele lembrou a implantação do prontuário eletrônico do SUS, uma exigência do Ministério da Saúde. Segundo ele, o conselho tem buscado ouvir os gestores sobre os entraves para informatizar o processo. “É necessário um esforço para aproximar a utilização dessas novas tecnologias de acordo com as expectativas de gestores.”