Um dos pilares da Dasa é a excelência médica. Como um todo, o setor tem ganhado maturidade e o relacionamento do mercado com a academia, sobretudo em momentos de crise, é importante. “Nossa interação com as universidades tem múltiplos targets: o fomento ao desenvolvimento de pesquisas, o estreitamento do relacionamento com a academia, a possibilidade de apresentação ao mercado  das principais inovações em medicina diagnóstica, sobretudo em genômica, a incorporação das novas soluções em tempo real e, por último, mas não menos importante, a atualização científica de nosso corpo clínico”, explica Emerson Gasparetto, vice-presidente da área médica da Dasa.

Os recentes investimentos da Dasa em parcerias com universidades públicas começam a dar resultados: boa parte dos estudos em andamento agregam informações moleculares e genéticas aos dados de pesquisas clínicas e laboratoriais dos pacientes. “É a nossa possibilidade de validar exames e testes com achados satisfatórios, antes da incorporação na rede de laboratórios”, afirma Gustavo Campana, diretor médico da Dasa.

Iniciativas em validação com a academia

Caracterização genética de crianças e jovens brasileiros com lúpus: Estudo prospectivo, com 400 pacientes com lúpus eritematoso sistêmico juvenil (LESJ), em andamento com a equipe de reumatopediatria do Instituto da Criança e do Adolescente, da FMUSP, que coordena o Grupo Brasileiro de Crianças e Adolescentes com Lúpus Eritematoso Sistêmico Pediátrico, o Brazilian Childhood-SLE Group (BRAC-SLE) – grupo nacional que envolve 27 serviços de reumatopediatria no país. O LESJ é uma doença autoimune e acompanhar sua evolução pode ser essencial para evitar danos aos órgãos acometidos pela doença.

O objetivo do projeto é, então, identificar características genéticas de um subgrupo de 400 pacientes com até 6 meses de diagnóstico de LESJ, seguindo os critérios adotado pelo Colégio Americano de Reumatologia, participantes do BRAC-SLE, e agregar as informações ao banco de dados clínicos e laboratoriais do projeto, cuja interface na Dasa é feita pela assessoria científica Danieli Andrade. Serão avaliados os perfis de anticorpos (FAN, anti-DNA, anti-SM, anti-Ro/SSA, anti-La/SSB, anti-RNP, anti-cardiolipina, anticoagulante lúpico, anti-B2 glicoproteína 1) de 400 indivíduos, perfil lipídico (colesterol total, frações e triglicérides) dos mesmos 400 participantes e realizar a análise do exoma de lactentes e pré-escolares (60 pacientes).

“O grande benefício desse trabalho será reconhecer perfis de anticorpos e lipídicos e caracterizar aspectos clínicos de LESJ com alterações genéticas e a relação com dislipidemias e lúpus monogênico”, explica Clóvis Almeida, livre docente do departamento de pediatria da FMUSP. O estudo está em aprovação nos Comitês de Ética das Instituições envolvidas e os pacientes serão acompanhados a cada 6 meses, por 10 anos consecutivos.

Estudo do microbioma intestinal em pacientes com lipodistrofia generalizada congênita: Trata-se de estudo transversal, multicêntrico, com 25 pacientes entre 4 e 40 anos, com diagnóstico de Lipodistrofia Generalizada Congênita (LGC) em seguimento pelo Grupo Brasileiro para Estudo das Lipodistrofias Herdadas e Adquiridas (BRAZLIPO), conduzido em parceria com a Universidade Federal do Ceará. A LGC ou Síndrome de Berardinelli-Seip é uma doença rara, hereditária, caracterizada pela ausência de tecido adiposo corporal, hipoleptinemia e resistência à insulina grave e seu diagnóstico envolve critérios clínicos e moleculares (mutações nos genes AGPAT2 ou BSCL2). O trabalho tem como objetivo descrever o microbioma intestinal em pacientes com LGC e compará-lo com o de familiares não-portadores de lipodistrofia.

Está no escopo, ainda, associar o perfil do microbioma de LGC com hábitos de dieta dos pacientes e analisar a associação entre microbioma e resistência à insulina, controle glicêmico, hipoleptinemia, hipertrigliceridemia e inflamação sistêmica em pacientes com LGC. “O estudo está em fase de recrutamento e coleta de dados (sequenciamento genético dos pacientes e familiares) e a previsão de conclusão desta etapa é dezembro de 2019. A análise dos dados ocorrerá nos meses de janeiro/fevereiro de 2020”, conta Renan Magalhães Montenegro Júnior, professor da UFC.

A interface na Dasa é a diretora médica regional, Maria Helane Gurgel e a viabilização do projeto se deu por meio de uma parceria com a Neoprospecta, empresa de Santa Catarina desenvolvedora do teste de microbioma. A publicação dos resultados está prevista para março de 2020.