A Dassault Systèmes anuncia pioneiramente a disponibilidade comercial do primeiro modelo de coração eletrônico: o Living Heart. Com ele, fabricantes de dispositivos, pesquisadores e profissionais da área médica serão capazes de realizar testes virtuais e visualizar a resposta do coração em 3D, de modo ainda não possível com testes físicos tradicionais.

Al Bunshaft, vice-presidente de Global Affairs da Dassault Systèmes e presidente da Dassault Systèmes US Foundation, está essa semana no Brasil para participar de um congresso de inovação,  para apresentar essa “ tecnologia que será usada para salvar vidas de uma forma sem precedentes”

Ele explica que solução é a combinação do desenvolvimento da Biovia, empresa adquirida pela Dassault, que trabalha com softwares de simulação para os setores de farmacêutica e life science, somados com as ferramentas da Solidworks, também da Dassault, que oferece solução para indústrias tradicionais de válvulas e fabricação de bombas industriais.

“Ou seja, somamos nossas expertises em software de simulação, como o usado  na área aeroespacial, com conhecimentos de válvulas que controlam o bombeamento de liquido. Ou seja, todas as funções idênticas de um coração humano”, exemplifica.

Para se obter um cópia idêntica do coração de uma pessoa, utiliza-se um PET Scan (  Positron Emission Tomography)  para se obter uma  imagem em 3 D,  a partir da qual se cria uma imagem virtual do órgão.

O projeto do coração eletrônico foi anunciado em 2014, e cresce mundialmente no formato colaborativo de crowdsourcing para construir modelos específicos e, ao mesmo tempo, proteger a propriedade intelectual de cada um dos mais de 40 membros que trabalham em conjunto ao redor do mundo.

Os membros incluem organizações reguladoras focadas em ciência, como a Food and Drug Administration (FDA) e a Medical Device Innovation Consortium (MDIC), assim como provedores de tecnologia, cardiologistas, fabricantes de dispositivos médicos e hospitais. A abordagem tem permitido que o modelo de coração seja testado de maneira independente, o que ajudou a Dassault Systèmes a entregar o primeiro produto comercial do projeto em um cronograma acelerado.

O modelo “Living Heart” inclui também detalhes anatômicos bem definidos do coração, como a vasculatura proximal, o arco aórtico, a artéria pulmonar e a veia cava superior. A resposta dinâmica desse modelo de coração é regulada pelo fluxo físico elétrico realista, estrutural e o fluído de sangue. Além da disponibilidade geral do simulador de coração, os membros do “Living Heart Project” identificaram coletivamente as maiores aplicações cardiovasculares prioritárias para ele e avanços tecnológicos associados que ajudam a moldar a funcionalidade das versões futuras do simulador.

O modelo “Living Heart” representa um coração saudável, que pode ser usado para estudar defeitos congênitos ou doenças cardíacas, modificando as propriedades de forma e de tecido em um editor de software fácil de usar. Além disso, os dispositivos medicinais podem ser inseridos no simulador para estudar a sua influência sobre a função cardíaca, validar a sua eficácia e prever a fiabilidade sob uma gama de condições de funcionamento. Um dos exemplos é o stent coronário, que pode ser avaliado para a escolha do melhor tipo, tamanho e localização da colocação para conseguir o melhor desempenho, customizando-o para cada paciente.

Para o executivo, além disso, o novo coração eletrônico poderá ajudar os cardiologistas a educar pacientes, estudantes de medicina e profissionais das áreas médicas atuais, além de conduzir a melhores diagnósticos e ter personalização da terapêutica médica.