Apenas 22,5% da população brasileira têm acesso a algum plano de saúde, de acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Isso significa que mais de 160 milhões de brasileiros dependem do Sistema Único de Saúde ou de rede particular para o diagnóstico e tratamento de doenças, sendo que grande parte conta com empregos em pequenas e médias empresas (PMEs) sem qualquer benefício ou cobertura. Esse é o público-alvo da Mudi, healthtech que chega ao mercado para democratizar o acesso à saúde de qualidade.

A Mudi é um novo benefício de saúde corporativo sem custo de adesão ou mensalidade. É a primeira empresa a oferecer crédito com desconto em folha para colaboradores de PMEs, com a finalidade de parcelar consultas e exames eletivos para titulares e dependentes. Com isso, viabiliza o acesso ao primeiro atendimento a partir de uma rede credenciada qualificada.

“Queremos que milhares de pessoas tenham acesso a saúde de qualidade e trabalhamos incansavelmente para criar soluções utilizando tecnologia, design e dados para conectar os melhores agentes do sistema de saúde com quem precisa”, explica Hugo Begueto, CEO da Mudi.

“O pagamento parcelado é uma cultura de consumo do brasileiro”, afirma o executivo. “Nossa proposta é incluir neste comportamento os cuidados preventivos para a saúde do trabalhador que hoje só tem como opção o atendimento na rede pública”, e complementa: “Desta forma, acreditamos ser possível reduzir de meses para semanas a jornada entre atendimento e diagnóstico, a partir de um investimento acessível”, conta Begueto.

Mercado

O alto índice de sinistralidade é um dos principais fatores que encarecem os planos de saúde corporativos. Até mesmo as modalidades mais econômicas, como os coletivos por adesão, vêm sofrendo reajustes muito acima da inflação, inviabilizando a possibilidade de pequenas e médias empresas oferecerem este benefício. Há, ainda, o movimento de contratação de microempreendedores individuais (MEI) ou outras pessoas jurídicas para cargos fixos, que não são contempladas por benefícios trabalhistas nem por outras soluções de saúde existentes. Este é o público que a Mudi pretende alcançar.

Além de empresas, colaboradores e seus dependentes, a plataforma também é vantajosa para os médicos. Ao inscreverem-se, os profissionais ganham acesso a uma agenda e prontuário eletrônico gratuitos e são remunerados por um preço acima da média repassada por planos de saúde. Mesmo quando as consultas são parceladas pelo usuário, os prestadores recebem o valor à vista, em até 15 dias.

A expectativa da Mudi é alcançar 600 profissionais na região metropolitana e 5 mil vidas até julho de 2020, quando a startup pretende expandir a operação para todo o Estado de São Paulo.

Como funciona

A Mudi não é uma operadora de plano de saúde, mas uma healthtech, startup de tecnologia voltada à saúde, que conta com capital próprio para a concessão de crédito à sua base de usuários. Por meio de um aplicativo, os beneficiários da Mudi e seus dependentes podem agendar consulta com 20 especialidades médicas e uma variedade de 1,2 mil exames em clínicas, com tempo médio de uma semana.

Além do atendimento ágil, com acompanhamento da jornada em diferentes canais, entre eles o WhatsApp, os pacientes pagam por um preço abaixo dos procedimentos realizados de forma particular, que pode ser parcelado pelo cartão digital Mudicard em até 10 vezes e descontado em folha de pagamento ou pago no cartão de crédito, no caso dos MEIs.

Conforme o serviço é utilizado, o usuário é premiado com créditos no formato cashback – na plataforma, chamados de Mudindin – para serem aplicados em novos procedimentos. A solução tem custo zero para as empresas, mas aquelas que optarem, podem realizar campanhas de incentivo com o depósito de créditos para que os colaboradores realizem consultas e exames.