Gestão centrada no paciente, foco em resultado clínico, responsabilidade social, valorização de pessoas, comprometimento de direção e outros valores norteiam a Governança Clínica, prática criada pelo Sistema de Saúde do Reino Unido para sanar deficiências assistenciais e que passou a ser amplamente difundida. Ganhando cada vez mais atenção, sobretudo, em instituições de saúde que buscam, de modo transparente e equilibrado, melhorar a qualidade dos serviços e garantir elevados padrões de segurança na assistência, a Governança Clínica adquire novas características com a evolução do uso da TI na saúde.

A partir da visão de que a tecnologia não deve ser tratada como recurso de suporte e, sim, como recurso estratégico que faz parte da estrutura provedora de saúde, as novas práticas de governança se consolidam com mais força e criam um ambiente para que a excelência clínica prospere ainda mais com soluções providas tecnologicamente. Sendo hoje mais apropriado utilizar o termo e-Governança Clínica, pode-se afirmar que a TI desempenha o papel de grande aliada na promoção de práticas clínicas mais efetivas.

As unidades de saúde estão alavancando a eficácia dos processos assistenciais ao adotarem: sistemas de informações que elevam a eficiência operacional; ferramentas que propiciam automação e gestão de processos; soluções analíticas que dão suporte à gestão estratégica; e inovações que favorecem a mobilidade e a produtividade. Nesse contexto, os benefícios conquistados vão além do âmbito institucional, pelo uso de tecnologias em favor do negócio, e profissional, pela inteligência clínica associada às atividades médicas. Os benefícios atingem também a esfera social pela garantia de agilidade e maior segurança no atendimento ao paciente.

Ao definir protocolos clínicos baseados em evidências científicas e inseri-los, por exemplo, no Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), as instituições de saúde fornecem aos profissionais orientações para um melhor tratamento e, com as facilidades fornecidas (tais como sistemas de apoio à decisão clínica e gestão de interações medicamentosas, de alergias e de resultados de exames), permitem um melhor acompanhamento da saúde do paciente. Existem associações, como a HIMSS, que avaliam a maturidade da adoção do PEP e incentivam a utilização de soluções e tecnologias que suportam as estratégias da e-Governança Clínica. Com a certificação Electronic Medical Record Adoption Model (EMRAM), composta por oito estágios, a HIMSS estimula o uso da TI na saúde. Afinal, desempenhando papel fundamental no processo de transformação das instituições, a TI, por meio de suas soluções, garante os conceitos da e-Governança Clínica e, com isso, oferece ganhos ao paciente no que diz respeito à agilidade do serviço, à precisão do diagnóstico e à segurança do atendimento.

Paulo Magnus, presidente da MV.