A Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI), responsável por gerir sistemas de diagnóstico por imagem em 85 unidades na rede pública de saúde, lança mecanismo exclusivo no sistema público de saúde, o Serviço de Educação e Revisão em Ultrassonografia (SERUS). A tecnologia é uma ferramenta de teleultrassonografia para controle de qualidade de laudos ultrassonográficos em serviços de grande porte e para apoio, em tempo real, ao médico que realiza o exame in loco.

Desde a implementação da ferramenta, mais de 190 médicos e cerca de 60% do corpo clínico da FIDI já passaram por sua avaliação, com mais de 46,9 mil exames de ultrassonografia checados (de julho de 2017 a novembro de 2019), o equivalente a 2,13% do total da produção de exames de ultrassonografia de toda a Fundação. O objetivo do projeto é aperfeiçoar cada vez mais o atendimento médico com orientações baseadas no perfil de cada unidade médica. “Com o SERUS é possível gerar indicadores e montar planos de ação para áreas específicas, pegando exemplos do que pode ou não funcionar para cada região”, comenta Dr. Luís Tibana, Superintendente Médico da FIDI.

Com a ferramenta, 9 médicos especialistas (radiologistas e ultrassonografistas qualificados e certificados), presentes em uma Central de Apoio e Qualidade, acompanham, em tempo real, a execução dos exames e seus respectivos laudos, realizados a distância em 13 unidades de saúde e um total de 31 salas monitoradas, em São Paulo e Goiás. De acordo com o Dr. Harley De Nicola, Gerente Médico da FIDI e um dos responsáveis pelo projeto, “fomos convidados para participar do maior congresso de radiologia do mundo, o RSNA, pois esse tipo de atendimento no ultrassom é totalmente inovador. Isso já existia anteriormente para laudos de tomografia e ressonância, mas é a primeira vez que é implantado na área de ultrassonografia”, comenta.

O médico especialista presente na Central, independentemente de ter prestado qualquer apoio ao longo da realização do exame, preenche um questionário de avaliação, que origina automaticamente indicadores de desempenho geral, utilizados para controle de qualidade interna. Esse questionário foi criado por médicos experientes em ultrassonografia, com grande vivência acadêmica e em gestão de equipes médicas. As perguntas foram aperfeiçoadas para cada tipo de checagem. A avaliação automática reduz a subjetividade de quem analisa o exame, garantindo uma leitura mais assertiva. Os resultados são checados, reavaliados e transmitidos para os responsáveis pela ultrassonografia, o que permite a realização de ações corretivas sobre infraestrutura, gestão de exames e atuação dos profissionais.

“O SERUS é um projeto amplo, que visa garantir a qualidade e a uniformidade de atendimento aos pacientes em todas as nossas unidades. Graças à rapidez das informações, o serviço permite melhor direcionar nosso programa de educação médica, e dar o apoio necessário aos residentes, que são grande parte da equipe das unidades em que está em funcionamento. Além da melhoria no atendimento, o uso da tecnologia garante que o acesso remoto aos exames traga resultados mais precisos aos pacientes, tornando o acesso à saúde mais eficaz”, informa Dr. Sergio Aron Ajzen, conselheiro da FIDI.

O programa de ensino permanente da plataforma dá-se por mentoria e cursos de educação continuada. Um dos médicos acompanha mensalmente os resultados de todos os que aparecem abaixo da meta de qualidade, com o objetivo de aperfeiçoar a equipe. O especialista do SERUS faz o acompanhamento constante da evolução dos avaliados.

“A ferramenta faz com que o médico tenha maior atenção e cuidado para evitar erros e, consequentemente, prejuízos ao paciente. Além disso, o profissional é constantemente incentivado a buscar maior conhecimento”, diz o Dr. Fábio Boveri, médico ultrassonografista da FIDI.

A implementação desse serviço, que se iniciou como um piloto em 2016 a partir de um trabalho do Comitê de Qualidade liderado por médicos da UNIFESP e Conselheiros da FIDI. O SERUS tem trazido melhorias na prestação de contas sobre a prática dos exames de ultrassonografia nas unidades servidas pela FIDI, além de reduzir potenciais erros de diagnóstico e, consequentemente, a demanda de exames complementares ou de intervenções potencialmente invasivas desnecessárias.