A inovação e a transformação digital na cadeia da saúde foi o tema do painel de abertura da 8ª edição do Fórum Saúde Digital, que aconteceu no último dia 21, em São Paulo, promovido pela TI Inside, que teve a participação de executivos do Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Hospitais Leforte e do grupo de laboratórios de análises clínicas DASA.

José Cláudio Terra, diretor de Inovação e Gestão do Conhecimento do Hospital Israelita Albert Eintein, disse que a área de inovação na instituição está dissociada da de tecnologia de informação, que cuida do dia a dia da infraestrutura e sistemas do hospital.

Explicou que área inovação tem apoio da diretoria, cuja visão é transformar ideias em novos produtos e serviços na área da saúde, que são disponibilizados para a melhoria do tratamento dos pacientes.

Para isso ela promove uma aproximação com startups, em busca desse objetivo. Em outubro, por exemplo, vai realizar a Semana Internacional de Startups Einstein, entre os dias 23 e 27, oferecerá a três startups selecionadas a possibilidade de receber coaching, validação científica, tecnologia e negócios na Case Western Reserve University, de Cleveland, Estados Unidos e ainda participar do evento Medical Innovation Summit naquela universidade.

Jacson Barros CIO do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e presidente de ABCIS – Associação Brasileira de CIOs da Saúde, explicou que pelo tamanho e complexidade do Hospital ele é um hub para exploração de novas tecnologias, motivo pelo qual em 2016, decidiu implantar o ICT – Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação.

Hoje o complexo HC conta com 21 mil colaboradores, 2.400 leitos, 83 salas de cirurgias, realiza 1,5 milhão de consultas ao ano, atende 50 mil pessoas por dia, contabiliza 8,5 milhões de pacientes, administra 10 mil computadores, 30 mil usuários e 500 servidores.

Diante dessa grandeza e complexidade, Barros explicou que o desafio é criar um ambiente de propagação e disseminação de ideias em todos os níveis, envolver as áreas de interface com o hub durantes os projetos e saber qual o modelo para promover a inovação.

Criaram-se eixos temáticos e foram iniciadas prospecções. Em conversas com fornecedoras identificaram-se  adaptação de ideias para um POC (prova de conceito) de tecnologia e através de ICT a realização de um Desafio para que os startups possam participar. Espera-se que um projeto piloto entre em operação ainda em 2017,pois  a startup ganhadora terá 45dias para desenvolver o projeto.

Depois de conversas com fornecedores foram identificadas ideias para realizar uma POC (prova de conceito) e a criação de eixos temáticos onde e foram iniciadas prospecções. Com base nisso, foi proposto um Desafio para que as startups possam participar  na criação de um projeto piloto que entre em operação ainda em 2017, uma vez que a startup ganhadora do Desafio terá 45dias para desenvolver o projeto.

Tiago Damasceno Felipe, CIO dos Hospitais Leforte, disse que a saúde deve estar alinhada com as inovações preconizadas pela 4ª geração industrial e com a criação da medicina preditiva para se promover a transformação da saúde.

Defendeu que a estratégia de TI esteja alinhada com negócio, mas ressaltou que o alinhamento das pessoas é o mais importante, com investimento em educação continuada.

O grupo de hospitais e consultórios do Leforte soma 400 leitos, 3 mil médicos cadastrados, 17 mil cirurgias ano, 115 mil consultas ambulatoriais ao ano, 2700 colaboradores e 235 mil atendimentos de pronto socorro no ano, se valeu da metodologia Lean Healthcare para melhoria de processos, eliminação de desperdícios e redução de custos.

O CIO do Leforte explica que a comunicação é o pilar de transformação, motivo pelo qual criou o aplicativo checkin on line, implantado em junho passado, onde é possível inserir informações pessoais e abrir uma ficha de admissão pelo aplicativo, agilizando a entrada do paciente. “O tempo para internação que antes era de 80 a 140 minutos caiu para 40 a 60 minutos”.

O DASA, maior laboratório de  análises clínicas da América Latina, conta com várias marcas adquiridas nos últimos anos com diferentes sistemas e tecnologias, um gigante de 18 mil colaboradores, mais de 2 mil médicos.

Para padronizar instituição com essa heterogeneidade, Higor Franco, superintendente de TI da DASA, explica que o Grupo se posiciona como uma empresa de serviços, motivo pelo qual buscou inspiração de melhores práticas em empresas inovadoras como Airbnb, Walt Disney, Spotify, Netflix e Amazon.

Em termos de gestão, ela adota o conceito de TI bimodal, promovendo o uso de elementos sinérgicos de transformação digital, como DevOps, Agile, cloud, mobile first e analytics trabalhando em paralelo com os sistemas “cores”, backoffice, sistemas de regulação e de qualidade. O importante é que foi criada uma arquitetura com a participação  de profissionais de várias áreas para definição das prioridades.