A medicina busca sempre aumentar o conhecimento sobre o organismo humano, assim como o comportamento e combate de doenças. Assim, exploram também as possibilidades de diagnóstico e terapias de tratamento. Desta busca incessante, surgem abordagens inovadoras e disruptivas que melhoram desde a qualidade da infraestrutura de atendimento e o tratamento de pacientes.

Surgem assim os chamados “hospitais 4.0”. Tratam-se de estruturas hospitalares que utilizam soluções tecnológicas a fim de oferecer um serviço com mais qualidade, eficiente em um modelo de gestão que não eleve os custos para os pacientes.

Atualmente, é um consenso entre os especialistas que a tecnologia propicia mais controle, precisão e segurança para cirurgias, por exemplo. Isso é possível graças ao uso de bioengenharia, inteligência artificial e nanotecnologia que, associadas, permitem que uma cirurgia seja feita através de mínimas incisões, às vezes de milímetros, com treinamento médico e equipamentos de última geração. Com tal avanço tecnológico, biópsias gástricas, desobstrução de artérias e até a destruição de vírus são realidades cada vez mais próximas.

A premissa dos hospitais 4.0 é viabilizar diagnósticos mais apurados, recursos como a telemedicina, em que o médico tem acesso a milhares de dados analisados via inteligência artificial e podendo se comunicar com regiões remotas, que não tem acesso a um especialista, por exemplo, e também a equipamentos que permitam que cirurgias minimamente invasivas sejam realizadas. Através desta última, procedimentos ultra complexos são feitos por meio de incisões milimétricas. Imagine que em vez de dias de internação e semanas de afastamento das atividades da rotina, o incômodo e dor da recuperação são drasticamente reduzidos a horas e no máximo três dias no hospital. É um avanço imenso para a qualidade de vida dos pacientes.

Atualmente, existem centros hospitalares dedicados a cirurgias minimamente invasivas. São os hospitais-dia. São chamados dessa forma, pois a estimativa é de que 99% dos pacientes recebem alta em menos de 24 horas pós-procedimento cirúrgico, minimizando assim o risco de infecções hospitalares e o consequentemente os custos médicos também.

Se há alguns anos a tecnologia na área da saúde parecia um filme de ficção científica, hoje, graças a pesquisas, desenvolvimento e investimentos, diagnósticos e tratamentos são realidade acessível a maioria da população tanto no exterior, quanto no Brasil.

Denis Szejnfeld, médico radiologista e diretor clínico do Hospital Certa.