Quando se fala de medicina personalizada, como fazemos para ir além das buzzwords e encarar o assunto de uma maneira realista?

As pessoas ainda não entendem ou conseguem controlar a medicina personalizada hoje. No entanto, fazendo uma comparação com o GPS, houve um tempo em que era uma tecnologia confusa e obscura. Atualmente, nós confiamos plenamente em suas várias aplicações práticas.

Claro que repensar regulamentos e sistemas de saúde, que são especialmente resistentes às mudanças, é bem mais difícil do que implantar aplicações de GPS. Quem são os pioneiros que vão poder fazer essa mudança? Ainda não estamos no ponto em que as coisas parecem inevitáveis, como é o caso de carros autoguiados.

Os pacientes precisam usar e interagir com vários objetos – remédios, medidores de glicose, medidores de pressão, balanças – e alguns deles simplesmente não funcionam direito porque os pacientes não seguem as instruções. Isso restringe os resultados esperados, tanto por eles quanto pelos médicos. Mas, ainda assim é difícil ver mudanças, mesmo que pequenas, no mercado de saúde.

Dois exemplos de iniciativas para mudar a saúde: o Omada Health, é um aplicativo que usa informação profissional e o Crowdsourced, para guiar o usuário no autocuidado de diabetes. Porém, precisamos fazer mais para resolver a questão do paciente. É necessário ir além dos aplicativos e de uma abordagem sistêmica para esse problema. Quanto a hardware, a Proteus Health está criando o primeiro computador ingerível: sensores aprovados pelo FDA, que são adicionados aos remédios e que, quando engolidos, podem medir e avaliar os efeitos da medicação.

Qual é o futuro?

– Projetar para o usuário, para que ele adote essas tecnologias;

– Integrar com o estilo de vida do usuário;

– Projetar orientado a resultados.

Para criar novos modelos de empresas digitais de saúde, em oposição às empresas tradicionais, é preciso fazer diferente e levar em consideração as novas necessidades e dificuldades.

Eu questionei os palestrantes sobre os custos totais dessas drogas e sistemas inteligentes, já que o custo da saúde é excessivamente alto para a população média. A resposta foi muito surpreendente: a indústria precisa explorar novos modelos de negócios em que todo o ecossistema possa se beneficiar financeiramente dessas mudanças. Por exemplo, ter remédios “espertos” pode diminuir o custo do hospital para aquele paciente, justificando a cobertura do seguro para remédios espertos em vez dos tradicionais.

Essa sessão me deixou bastante empolgado com relação ao futuro do mercado de saúde. Medicina personalizada é definitivamente o futuro!

Felipe de Souza, gerente de Projetos na CI&T, esteve em Austin acompanhando as novidades do SXSW.