O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a segunda causa de morte e a primeira de incapacitação no Brasil. Os últimos dados do Ministério da Saúde dizem que em 2015 mais de 100 mil pessoas morreram por conta da doença. Desse total, 4.592 mortes foram de pessoas com menos de 45 anos.

Graças a uma técnica chamada trombectomia mecânica, uma paciente de 45 anos, chefe de família, conseguiu deixar de fazer parte dessa estatística. “Se ela conseguisse sobreviver, estaria provavelmente condenada a ficar em uma cama, totalmente dependente de cuidados”, relembra o Dr. Estêvão Carvalho de Campos Martins, cardiologista responsável pelo Serviço de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista no Hospital da Força Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro. “Por conta de um AVC isquêmico, tivemos que fazer uma trombectomia mecânica nessa paciente, que conseguiu voltar a sua capacidade plena de atividade, com perfeita reinserção à sociedade”.

Mas o que é uma trombectomia mecânica? É um procedimento que se tornou padrão ouro, com fortíssimas evidências científicas, para a remoção de um trombo (coágulo) por meio de um cateter introduzido na virilha. Isto é possível por meio de equipamentos da GE Healthcare, que permitem a realização de procedimentos cardiovasculares intervencionistas guiados por imagens, como o modelo Innova IGS 5, por exemplo. Durante um AVC isquêmico, existe a obstrução de uma artéria por um coágulo, que impede a chegada de oxigênio e nutrientes às células do cérebro, que acabam morrendo. O AVC isquêmico é o mais comum, sendo 85% de todos os casos. Nos episódios mais graves, com evidência de obstrução de grandes vasos cerebrais, em que medicamentos não são tão eficazes para dissolver o coágulo, a associação da trombectomia mecânica é a forma mais eficiente para atingir esse resultado, salvando vidas e diminuindo drasticamente sequelas.

Porém, menos de 1% dos pacientes brasileiros acometidos por essa doença têm acesso a médicos e hospitais capazes de realizar este procedimento, como informa a Declaração do 1º Encontro Ministerial Latino-Americano de AVC, realizado em Gramado (RS). É um grave problema já que a velocidade na resposta a essa enfermidade é determinante para a recuperação do paciente. “Quanto mais rápido o atendimento para o AVC isquêmico, menos catastrófico é o seu efeito”, explica o Dr. Estêvão. “Comparemos o AVC a um grande incêndio. Quanto mais rápido apagarmos, menores serão as consequências para os pacientes; e quanto mais se demora, pior são as consequências para os pacientes”.

Pensando em multiplicar o conhecimento sobre essa técnica, a GE Healthcare fez uma parceria com o curso Spread-MT, coordenado pelo doutor Dr. Estêvão, que também foi o último Presidente da Sociedade de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista do Estado do Rio de Janeiro (SOCIERJ). Juntos, formaram uma parceria que teve sua primeira turma aperfeiçoada em 2018. O objetivo é democratizar o conhecimento para que mais médicos e hospitais consigam reduzir o impacto devastador do AVC isquêmico no país, especialmente fora dos grandes centros onde há maior carência desses profissionais.

O Dr. Ênio Guérios, cardiologista intervencionista do Paraná, passou uma semana em treinamento e foi surpreendido tanto pelo projeto quanto pela metodologia. “As aulas foram organizadas e coordenadas de forma magistral pelo Dr. Estêvão. Sua paixão e entusiasmo pela trombectomia mecânica são contagiantes. As discussões interativas e a atividade intensiva com os simuladores fazem com que a parte prática tenha resultados sólidos. Certamente o curso vai se tornar referência neste procedimento, que tem uma enorme aplicabilidade terapêutica”.

Para Amauri Ferreira, Diretor de Produto Intervencionista da GE Healthcare para a América Latina, esta é uma das iniciativas que o deixa mais orgulhoso. “Esse é um projeto campeão. Que mostra de forma muito direta a nossa capacidade de melhorar a qualidade de vida do paciente lá na ponta. É um trabalho ainda em progresso com o qual conseguimos aperfeiçoar mais de 30 médicos em todo o Brasil, em apenas um ano. É muito gratificante receber os relatos de médicos contando sobre como esse curso os ajudou a salvar tantas vidas”.