Se você perguntar para um médico qual seria hoje o seu principal desafio, certamente ele teria uma resposta pronta: fazer mais, em menos tempo, consumindo menos recursos e garantindo a eficácia e a qualidade do atendimento ao paciente, tudo isso sob constante pressão.  Neste contexto, o que pode realmente ajudar os profissionais de saúde a serem mais eficientes em sua missão de salvar vidas? A tecnologia tem sido uma forte aliada, contribuindo de diferentes formas. Tanto é assim que a área de saúde é hoje uma das principais apostas da indústria de tecnologia, em nível mundial. Seja pelos benefícios que pode trazer aos pacientes ou pelos impactos no dia a dia dos médicos.

Uma tecnologia em especial tem respondido muito bem aos principais desafios apontados pelos médicos: as ferramentas de apoio à decisão clínica, também conhecidas como CDS (do inglês Clinical Decision Support). Trata-se de tecnologia de fluxo de trabalho, que permite aos médicos suportarem suas decisões com informações baseadas em evidência relacionadas a diagnósticos, recomendações de tratamento ou prescrição de medicamentos. Ela garante rápido acesso a informações precisas, durante o atendimento ao paciente, que é quando eles mais precisam,  e da maneira mais conveniente.

O advento da tecnologia de apoio à decisão clinica tem sido impulsionado por uma série de fatores: necessidades humanas, necessidades de economia na área da saúde e a evolução que a própria tecnologia tem proporcionado. Um dos aspectos preponderantes reforçando este crescimento é o desejo de minimizar a elevada variabilidade dos cuidados com os pacientes. Não há motivos reais que expliquem porque um paciente recebe diferentes tratamentos dependendo do médico que o atende ou da região geográfica onde reside, principalmente quando existe um enorme volume de evidências clínicas que podem suportar abordagens específicas.  No entanto, essa enorme variedade de procedimentos continua sendo bastante comum em todo o mundo, em grande medida pela falta de uma base unificada de informações que capacite a tomada de decisão.

Outro agente motivador para a adoção crescente das tecnologias de apoio á decisão clínica é a explosão do volume de informações de natureza médica. O conhecimento científico continua em plena evolução, levando ao desenvolvimento de novas drogas, tratamentos e testes de diagnósticos. Assim, os médicos enfrentam a difícil tarefa de terem de atualizar continuamente os seus conhecimentos,  a tal ponto de sentirem-se confiantes até mesmo para mudarem condutas estabelecidas. A tarefa de manter-se em dia com todos os avanços da medicina e aplicar no dia a dia as recomendações mais recentes, é um desafio. Mas é justamente a possibilidade de mudar condutas médicas uma das principais vantagens deste tipo de ferramenta, benefício que reflete diretamente na qualidade do atendimento ao paciente. De maneira muito rápida, é possível encontrar respostas que muitas vezes não estão sequer nos livros, para apoiar algum caso mais complexo, por exemplo.

A tecnologia de um modo geral, e a de apoio à decisão clínica em particular, auxilia de forma definitiva os médicos a tomarem as decisões certas, no momento certo, ajudando os pacientes a receberem o melhor e mais seguro cuidado, ao mesmo tempo em que entrega eficiência. Por essa razão, tem um papel crucial na missão de salvar vidas.

Peter Bonis, Chief Medical Officer (CMO) da Unidade de Negócios de Efetividade Clínica da Wolters Kluwer.