O mercado de planos de saúde médico-hospitalares voltou a crescer na comparação entre julho de 2018 e o mesmo mês do ano passado. A ligeira variação positiva, de 0,1%, representa o acréscimo de 55,1 mil novos vínculos, segundo a Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB), do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). Contudo, o superintendente executivo do IESS, Luiz Augusto Carneiro, destaca que é preciso cautela para analisar os números e mesmo falar em avanço do total de beneficiários.

“Temos reforçado que o mercado precisa analisar as ligeiras altas anunciadas pela ANS com muito cuidado, uma vez que a entidade tende a rever, periodicamente, o total de beneficiários para baixo. No mês passado, os números apontados ao longo do primeiro semestre foram todos revistos para baixo e, ao invés de alta, apontaram retração no total de vínculos. Essa nova variação positiva precisa ser observada com isso em mente, pois a chance de uma revisão futura apontar retração é elevada”, afirma Carneiro.

O executivo destaca, entretanto, que o ritmo de redução de beneficiários ao longo de 2018 está efetivamente menor do que o registrado no ano anterior. “Só veremos uma retomada do crescimento de beneficiários quando o total de empregos com carteira assinada voltar a apresentar recuperação, mas mesmo com as incertezas inerentes ao período pelo qual o país está passando, vivemos um período melhor do que aquele que passamos em 2017 e nos anos passados”, completa.

Por outro lado

Enquanto o total de beneficiários de planos médico-hospitalares continua estável, sem grandes variações positivas ou negativas, o segmento de planos exclusivamente odontológicos “nada de braçada”. Nos 12 meses encerrados em julho deste ano, o setor registrou 1,5 milhão de novos vínculos. Alta de 6,6%.

Carneiro explica que o avanço do segmento está apoiado no custo de contratação deste tipo de plano, bastante inferior ao dos planos médico-hospitalares, o que permite às famílias acessá-los com mais facilidade; e o total de beneficiários, que também é apenas uma fração dos beneficiários de planos médico-hospitalares. “Os planos exclusivamente odontológicos contam com 22,5 milhões de vínculos. Menos da metade do total de vínculos com planos médico-hospitalares. O que significa que o segmento ainda tem muito espaço para crescer”, avalia.