A IBF Farmoquímica anunciou a instalação de uma fábrica no Parque Tecnológico de São José do Rio Preto. A unidade está produzindo o isótopo radiofármaco 18FDG, contraste radioativo para exames de imagem em equipamentos PETCT/FDG utilizado principalmente em exames oncológicos, mas com aplicações importantes também em neurologia e cardiologia.

O projeto conta com financiamento da Desenvolve SP, Agência de Desenvolvimento Paulista, instituição financeira do Governo do Estado de São Paulo, e apoio da Investe São Paulo, agência de promoção de investimentos e exportação ligada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação. Foram investidos R$ 16,6 milhões, sendo que R$ 6 milhões foram financiados pela Desenvolve SP para obras e aquisição de equipamentos nacionais.

“A IBF entrou dentro do nosso Projeto Saúde, que consiste em dar prioridade total a projetos desse setor para que possamos consolidar cada vez  mais a cadeia produtiva no Estado de São Paulo”, explicou o presidente da Investe SP, Juan Quirós. A agência ajudou a empresa a propor um pleito tributário para que houvesse isonomia tributária entre as empresas privadas e as instituições públicas que fabricam o FDG.

“São empresas inovadoras, como a IBF, que fazem do Estado de São Paulo líder em pesquisa e inovação. Acreditamos que empreendimentos como este são fundamentais para incentivar a busca por soluções que melhorem a qualidade de vida da população paulista”, disse Milton Luiz de Melo Santos, presidente da Desenvolve SP.

“Este investimento vai beneficiar pacientes de todo o Estado de São Paulo e do Brasil que necessitam deste tipo de diagnóstico. Trata-se de mais uma inovação que faz a diferença na qualidade de vida da população paulista”, apontou Márcio França, vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação.

Segundo os executivos da empresa, a região de São José do Rio Preto tem destaque na área de diagnóstico e tratamento em oncologia, especialmente no Hospital do Câncer de Barreto. Assim, para a utilização da tecnologia PETCT/FDG, seria preciso utilizar material vindo da capital do Estado e de Campinas.

O problema é que o FDG perde metade da sua capacidade radioativa a cada 110 minutos, tornando esse processo logístico bastante complicado. Assim, a produção local do isótopo proporciona mais segurança para o uso de alta tecnologia a cidades como Barretos, Votuporanga, Araçatuba, Ribeirão Preto, Uberlândia e, é claro, São José do Rio Preto. Além disso, abre a possibilidade para que outros municípios adotem a metodologia.

Trabalhos científicos nacionais e internacionais mostram que 37% dos pacientes oncológicos submetidos aos exames de PETCT/18FDG têm o seu tratamento clinico alterado, o que mostra claramente a importância da tecnologia para a região e para todo o Estado de São Paulo.

Foram contratadas oito pessoas para trabalhar na fábrica, sendo eles farmacêuticos, engenheiros, físicos, administradores, técnicos em química, técnicos em farmácia e técnicos em eletrônica.

Histórico

O FDG chegou ao Brasil no início dos anos 2000, sendo produzido na época com exclusividade pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) da USP, como parte do monopólio federal. A iniciativa privada pôde entrar no mercado em 2006. Em 2010, a empresa R2-soluções em Radiofarmacia, um dos sócios da IBF, passou a produzir, em Porto Alegre (RS) o isótopo em planta similar à que será instalada em Rio Preto.

Sobre a IBF Farmoquímica

IBF – Indústria Brasileira de Farmoquímicos trabalha com a produção do radiofármaco FDG (18 F). Radiofármacos são preparações farmacêuticas compostas por um elemento radioativo denominado radioisótopo e uma molécula carreadora, que é responsável por ligar-se ao tecido do corpo humano a ser examinado ou tratado.