A Associação Paulista de Medicina (APM) está lançando o projeto Idoso Bem Cuidado, que promoverá cuidado totalmente integrado e com maior resolubilidade na saúde suplementar, por meio do compartilhamento de dados, possibilitando otimizar os custos e racionalizar o fluxo de atendimento. A iniciativa é da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em parceria com a Associação Paulista de Medicina, e começou a ser discutido em abril de 2016.
Ele propõe a centralização das principais informações de saúde dos idosos em um sistema eletrônico que facilitará o acesso de profissionais em toda a rede privada, com segurança máxima e permissão do paciente.
“Sabemos que o idoso é um tipo de beneficiário que consome muitos recursos da Saúde, com histórico médico em geral muito grande e que, geralmente, está desorganizado. O paciente eventualmente passa por diversos especialistas, porém, muitas vezes, eles não conversam nem compartilham informações. Em outros casos, o médico precisa de uma informação específica de um exame que o idoso não levou para a consulta, por exemplo. Ou seja, quando não se tem toda a relação de dados, o prejudicado pode ser o próprio usuário, que não terá o tratamento completo, com a rapidez adequada”, explica Antônio Carlos Endrigo, diretor e TI da APM.
No programa Idoso Bem Cuidado, cabe à Associação Paulista de Medicina desenvolver o portal e o aplicativo com as informações mínimas de saúde do idoso e sensibilizar os médicos sobre a importância de utilização do registro eletrônico compartilhado.
“O médico tem uma resistência grande em dividir informações, e com razão, porque ele lida com dados sensíveis dos pacientes. Entretanto, hoje há sistemas de informação com softwares altamente seguros. E o próprio
paciente, nesse caso o idoso, definirá quais os profissionais que poderão
ter acesso às informações e a qual conteúdo”, reitera Endrigo.
Na plataforma, estarão todas as informações do paciente que poderão ser compartilhadas entre serviços médicos, hospitais, laboratórios e outros profissionais da Saúde. A ideia é que, no momento de espera da consulta, o paciente receba um comunicado por celular via SMS pedindo autorização para que haja transferência de suas informações para o outro especialista médico ou demais profissionais da Saúde. Se disser sim, automaticamente os dados resumidos de consultas anteriores vão para o prontuário do especialista.
Ao todo, 100 instituições se inscreveram para participar voluntariamente do projeto piloto para implementação do modelo de atendimento. Dessas, a ANS selecionou 50 operadoras e 14 prestadores de serviços em todo o País, cujas propostas são focadas, sobretudo, na atenção básica e no atendimento primário do idoso. A conclusão do piloto está prevista até o começo do próximo semestre.
O Idoso Bem Cuidado se baseia em projetos bem-sucedidos como o ‘Parto adequado’, implantado em 2015, uma iniciativa conjunta entre ANS, Hospital Albert Einstein e Institute for Healthcare Improvement, com apoio do Ministério da Saúde, que favoreceu a redução de cesarianas sem indicação clínica ou possíveis casos adversos. A Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa e o Portal de Saúde do Cidadão, ambos do Sistema Único de Saúde, também serviram de inspiração.
O futuro almejado é unificar as plataformas pública e particular de informação, segundo o diretor de TI, e estender para outras áreas de atendimento, como a pediatria, etc.
Parabéns pelo aplicativo. Sou da área pública e o maior entrave é o médico preencher esses dados do paciente. Temos o Prontuário eletrônico para todos os pacientes. Seria perfeito e fácil para os diagnóstico se os médicos dedicassem um tempo no preenchimento. Talvez se pagassem somente qdo for preenchido no sistema, terão sucesso.