Os beneficiários de planos de saúde realizaram 1,57 bilhão de procedimentos como consultas, exames e internações no ano de 2018. O número representa um aumento de 4,1% em relação ao total de procedimentos realizados em 2017 (1,51 bilhão). Os dados fazem parte do Mapa Assistencial, publicação anual divulgada nesta quinta-feira,11, pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Na segmentação de assistência médica, a realização de exames complementares somou o maior número de procedimentos no ano, totalizando 861,4 milhões (aumento de 5,45% em relação a 2017). Na sequência, vêm consultas, com 274,3 milhões (aumento de 1,49% em relação a 2017); outros atendimentos ambulatoriais, como consultas e sessões com psicólogo e fisioterapeuta, com 164,2 milhões (aumento de 4,61 em relação a 2017); terapias, com 93,4 milhões (aumento de 20,97% em relação a 2017); e internações, com 8,1 milhões de ocorrências no ano (aumento de 1,67% em relação a 2017). O número de procedimentos odontológicos somou 176,1 milhões ao longo de 2018, sendo o único tipo de procedimento em que foi registrada redução (5,34%) em relação ao ano anterior.
O Mapa Assistencial também informa o número de procedimentos realizados por beneficiário ou por grupos de beneficiários, possibilitando, assim, comparação mais fidedigna sobre o uso do sistema de um ano para outro. De acordo com essa análise, o número de consultas e de internações apresentou redução em relação ao ano anterior: em 2018, foram realizadas 5,8 consultas por beneficiário (em 2017 foram 5,9) e 179 internações por grupo de mil beneficiários (em 2017 foram 180 por mil beneficiários).
Por outro lado, houve aumento no quantitativo de outros atendimentos ambulatoriais realizados por beneficiários – foram 3,5 procedimentos por beneficiários em 2018 (em 2017 foram 3,4); e no número de terapias, que registrou 2 procedimentos por beneficiário em 2018 (no ano anterior foram 1,7). O número total de exames e de procedimentos odontológicos não contempla análise por beneficiário.
O diretor de Normas e Habilitação dos Produtos, Rogério Scarabel, destaca que o Mapa Assistencial contribui para dar maior transparência aos dados e informações da saúde suplementar. Ele aponta, ainda, outros aspectos importantes da publicação: “A informação de boa qualidade sobre os procedimentos e eventos realizados pelos beneficiários de planos de saúde é fundamental para a promoção da coordenação das ações em saúde e para a sustentabilidade do setor”, avalia. “Com o aumento da incidência de doenças crônicas não transmissíveis, o envelhecimento da população e mudanças nos hábitos de vida, há uma necessidade de melhor acompanhar a condição de saúde dos beneficiários. Para que ações reestruturantes sejam implementadas, é imprescindível o conhecimento epidemiológico e demográfico da população que utiliza plano de saúde. Dessa forma, o Mapa Assistencial possibilita que as operadoras analisem sua própria atuação de forma comparada e tracem metas capazes de melhorar a saúde da população e o funcionamento do sistema suplementar como um todo”, ressalta o diretor.
Veja na tabela abaixo o número de procedimentos realizados em 2018 pelos planos de saúde:
Doenças crônicas
Esta edição do Mapa Assistencial destaca alguns procedimentos para diagnóstico e cuidado de condições crônicas que são bastante prevalentes na população brasileira: as doenças cardiovasculares, o diabetes e a hipertensão arterial. O tema vai além da relevância em saúde e abrange também o aspecto financeiro: segundo o Ministério da Saúde, as doenças crônicas não transmissíveis estão entre as doenças que mais demandam ações, procedimentos e serviços de saúde, representando cerca de 70% dos gastos com saúde no Brasil.
Nos último cinco anos (2014 a 2018), o número de exames de hemoglobina glicada (para detecção de diabetes) apresentou um significativo aumento, tendo passado de 0,17 para 0,29 exames por ano, o que corresponde a um incremento anual de cerca de 13%.
Outro destaque é o Holter 24 horas, um dos exames de informação obrigatória pelas operadoras relacionados ao diagnóstico e acompanhamento de doenças do aparelho circulatório – segunda maior causa de internação dentre tipos selecionados. De 2014 e 2018, houve um aumento de aproximadamente 6% ao ano no número de exames desse tipo realizados por mil beneficiários.
Confira alguns dados extraídos do Mapa Assistencial 2018:
Consultas: Em consultas médicas ambulatoriais, a especialidade clínica médica liderou o número de ocorrências dentre as especialidades detalhadas pelas operadoras, totalizando 27.062.874 procedimentos em 2018. Em seguida, vêm as especialidades ginecologia e obstetrícia, com 19.737.282 ocorrências, e pediatria, com 16.665.256 ocorrências.
Outros atendimentos ambulatoriais: O maior número de ocorrências nessa segmentação (dentre os tipos detalhados pelas operadoras) foi consulta com fisioterapeuta, que totalizou 47.133.272 atendimentos, seguido por consulta com psicólogo, que totalizou 6.703.304 atendimentos.
Terapias: Hemodiálise crônica liderou o número de procedimentos entre os tipos que são obrigatoriamente detalhados pelas operadoras, totalizando 2.281.463 ocorrências.
Exames: O exame mais realizado em 2018 (na lista dos que devem ser detalhados pelas operadoras) foi radiografia, com 31.823.039 ocorrências, seguido por hemoglobina glicada (13.490.622 ocorrências) e ressonância magnética (7.904.467 ocorrências). Destaca-se também o expressivo número de exames de tomografia computadorizada (7.386.876) realizados em 2018.
Tipo de internações: Dentre os diferentes tipos de internações (clínica, cirúrgica, obstétrica, pediátrica e psiquiátrica), o maior número foi cirúrgica (3.492.750 ocorrências, sendo que, dessas, 49.521 foram para bariátrica).
Causas de internações: Dentre as causas selecionadas de internações (neoplasias, diabetes mellitus, doenças do aparelho circulatório, doenças do aparelho respiratório e causas externas), o maior número foi relacionado a doenças do aparelho respiratório, com 506,6 mil ocorrências, seguido por doenças do aparelho circulatório (465.845 ocorrências).
Os números mostrados não são novidades. São realmente astronômicos e seguirão a se manterem e nunca a diminuírem . Estes números não significam que os segurados estão tendo a melhor medicina possível, mas certamente a mais cara . Há de se mudar o sistema de planos ( produtos). O segurado deve ter o seu médico . O deu dono. Este, desde que competente e com honorários condizentes, deve guiar e orientar seu paciente . Seja um clínico geral ou um pediatra com formação completa. Enquanto tiver produtos onde o segurado abre o manual de credenciamento e utiliza como, quando e onde quiser, só teremos custos praticamente incontrolaveis