Deve entrar em funcionamento no começo de 2020 o sistema de informação de saúde do paciente História Clínica Digital (HCD), um visualizador com todas as informações do paciente da rede pública, que foram obtidos a partir do projeto rastros digitais iniciado em 2017, que reúne dados de prontuários eletrônicos, papel, informações de altas, de medicação, exames de análises clinicas e por imagem, ente outros, que reunidos pode fornecer relevantes para atendimento médico.
A informação é de Joel Formiga, coordenador de Inovação Digital da Secretaria de Estado da Saúde de SP, que participou no último dia 7, do 9º Meeting do Conessp – Conselho Nacional de Entidades de Saúde dos Servidores Públicos que debateu temas inovação, tecnologia em saúde e sustentabilidade.
“Temos muitas questões no setor para discutir, principalmente na gestão pública, em que o tema deveria ser a pauta principal das autoridades. O uso de novas tecnologias e medidas sustentáveis tornariam o setor mais eficiente, mas as instituições devem estar preparadas para a mudança de práticas e modelos e acompanhar a transformação digital. Isso vai impactar fortemente a gestão”, diz Latif Abrão Jr., presidente do Conessp.
Em sua palestra, Formiga explicou o 4 pilares que a área de inovação da saúde pública está desenvolvendo em São Paulo, acrescentando que apesare da complexidade de reunir informações de mais de 500 sistema, ele poderá ser visualizado pelo médio facilmente com apenas um e no máximo três clics, para encontrar as informações relevantes, algumas delas já destacada para facilitar o entendimento.
Outro projeto envolvendo dados era na área de Big Data, onde por um convênio (02/10) financiado pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) o Governo irá criar indicadores hospitalares; análise de insumos versus produção dos hospitais da administração direta; logística de medicamentos de alto custo; distribuição georreferenciada de consultas e exames; entre outros. Informações que vão fazer parte do mapa da Saúde brasileira.
Outra iniciativa é o projeto de Teledermatologia, que começou em abril de 2019 na região de Catanduva e Santa Fé do Sul (SP) reunindo 25 municípios e 84 UBS, que apresentavam uma fila de 5 mil pacientes com demora de 8 a 10 meses para atendimento, que foi reduzida sensivelmente com através do telediagnóstico e teleconsulta, em parceria com Einstein. O paciente da teleconsulta já sai do atendimento com um pedido para fazer biopsia, quando for caso, reduzindo o possível agravamento da doença, tempo de demora na recuperação, trazendo como consequência menor custo associado
Aplicativos
Outro projeto já em andamento é o aplicativo Remédio Agora, que contabiliza um universo potencial de 750 mil pacientes, um milhão de pacientes/mês e 37 farmácias. Ele agiliza a retirada dos medicamentos de alto custo nas farmácias públicas para tempo médio de espera ao limite de 15 minutos, enquanto anteriormente era de 2 a 5 horas.
Formiga explica que o paciente pode escolher dia e horário para retirada do medicamento; receber notificação se o medicamento está em falta para evitar deslocamento desnecessários, além de reduzir o absenteísmo. Para a gestão pública ele facilitar a distribuição da demanda no mês e no dia, para o tempo de retirada seja o menor possível. “Ele foi avaliado com 4 estrelas no Google Play e obteve 100% de feedback positivo”, acrescenta. O governo espera expandir o serviço aos poucos para as demais 37 farmácias espalhadas pelo estado.
Outro aplicativo que está apresentando índices positivo é o Hora Marcada, que permite visualizar as datas e horários de agendamentos de consultas e exames, além de cancelamentos e reagendamentos. Está disponível 24 horas 7 dias por semana, e o usuário pode ser cadastrar através do número do CNS ou CPF e senha. É possível solicitar agendamento de clínico geral, ginecologista, pediatra e odontologista da UBS de referência. Para agendamento de especialidades e exames, é necessário o encaminhamento médico da UBS. Ele começou em Ribeirão Preto e agora está em expansão para outras localidades.
Meeting do Conessp
O evento contou com a participação do Superintendente do Iamspe, Dr. Wilson Pollara, que em sua palestra discorreu sobre os diferentes modelos de gestão de saúde pública e custos associados, mostrando que a questão de saúde no Brasil não é o problema de falta de verbas nem de leitos, mas de melhoria na gestão e uma visão estratégica.
Para ele, muitos municípios investem em infraestrutura e equipamentos para tratamento de doenças específicas, quando pelo número dos seus habitantes esse investimento não se justifica, pois não existe massa critica para isso. A Prefeitura deve garantir que esse paciente eventual tenha transporte para levá-lo a um centro regional, cujos custos poderiam ser compartilhados entre um grupo de municípios, para que esse paciente tivesse acesso a um hospital onde os recursos especialistas estariam disponíveis.
Atualmente, o Conessp conta com a representação de 14 estados brasileiros, abrangendo uma população de aproximadamente 5,5 milhões de vidas dentro de um universo de mais de 13 milhões de servidores que utilizam os serviços de saúde destas entidades de assistência. Seu objetivo é aprimorar a excelência dos serviços prestados com o intercâmbio de experiências e geração de conhecimento, onde são desenvolvidas e disseminadas as melhores práticas do sistema de saúde no território nacional.