A Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) e o Ministério da Saúde assinaram na terça-feira, 17, em Brasília, um acordo de cooperação com o objetivo de utilizar o conhecimento técnico dos intensivistas para melhorar os indicadores de qualidade das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) do Sistema Único de Saúde (SUS) e privadas. O foco do trabalho será a organização e aplicação de critérios mínimos de qualidade e eficiência.
O acordo tem como base três pilares: desenvolver o projeto Perfil das UTI no SUS, que consiste na avaliação das unidades públicas a partir de estabelecimentos de saúde, públicos e privados sem fins lucrativos; desenvolver o projeto AMIB Adota, que consiste em um estudo de caso no qual, com base em diagnóstico prévio, será instaurado um programa de capacitação técnica e gestão de uma UTI pública pelo período de 12 meses; e o desenvolvimento de cursos de capacitação para profissionais que atuam em UTI em parceria com o Sistema Nacional de Transplantes (SNT).
O acordo prevê ainda a atuação da AMIB, por meio de suas regionais, na aplicação dos projetos e cursos, bem como na divulgação dos resultados nos meios de comunicação. O acompanhamento será realizado pelo Departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar e de Urgência (DAHU), Departamento de Atenção Especializada e Temática (DAET) e da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde (SAES) do Ministério da Saúde. A AMIB, por sua vez, criou uma comissão específica para acompanhar o tema.
“Esse acordo, além de inédito na história da AMIB, é importantíssimo, porque posiciona a nossa associação como assessora oficial no planejamento de políticas de saúde do ministério voltadas às UTI no Brasil”, destaca Dr. Ciro Leite Mendes, diretor presidente da AMIB.
“O ministro, assim como sua equipe, compreendem que a AMIB, na qualidade de representante oficial dos profissionais de terapia intensiva brasileiros, detém todas as qualidades necessárias para prestar esse aconselhamento, incluindo a capacitação técnica dos seus associados, sua capilaridade em todo território nacional, assim como os dados e indicadores de boa parte das unidades de terapia intensiva nacionais. Dessa forma, acreditamos que esse convênio irá influir de forma muito positiva para a melhoria da qualidade na prestação de cuidados aos pacientes críticos no Brasil”, completa o presidente.
Para Dra. Suzana Lobo, que passa a atuar como presidente da instituição a partir de 2020 e, portanto, estará à frente da execução do projeto, essa é uma “parceria muitíssimo importante, porque abre perspectivas de colaboração que irão certamente melhorar a qualidade das UTI Brasileiras”.
Já o Dr. Marcelo Maia, diretor secretário da AMIB, afirma que com o projeto a instituição cumpre sua função de representar e defender os interesses coletivos dos intensivistas brasileiros. “Esse acordo é renovável e com certeza será ampliado para incluir mais tópicos de colaboração, à medida que os bons resultados dos atuais projetos envolvidos na parceria forem surgindo”, avalia.
“Seguramente, nos últimos dez anos, essa será a principal contribuição da AMIB para melhoria da qualidade do cuidado ao paciente crítico. Uma grande oportunidade, que foi muito bem aproveitada pela diretoria atual”, diz o coordenador do projeto AMIB Adota, Dr. Ederlon Rezende.