Mais de 80% dos casos confirmados de coronavírus são brandos, sem grandes consequências respiratórias. Isso foi demonstrado pelo relatório do Centro de Prevenção e Controle de Doenças da China (CCDC, na sigla em inglês), divulgado nesta segunda-feira (17), pela OMS. Se infectados, idosos e portadores de doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e câncer, têm mais chances de apresentar casos mais graves do Covid-19, causada pelo vírus.

Até agora, o Brasil não tem relato de circulação do vírus, mas já está estruturado para fazer o diagnóstico. “O exame não é indicado a toda população. O paciente precisa ter pedido médico e apresentar critérios clínicos”, explica Myrna Campagnoli do Grupo São Camilo, que integra a Dasa. Ela indica que os principais fatores de risco são: febre acompanhada de sintomas respiratórios (tosse, espirros, aperto no peito, dificuldade para respirar, falta de ar), ter viajado para a China (nos 14 dias anteriores, período de incubação do vírus) ou ter tido contato com um caso suspeito ou confirmado de coronavírus.

Exame validado: Seguindo o guia de diretrizes da OMS para o diagnóstico do coronavírus (COVID-19), a Dasa, que é líder na América Latina em medicina diagnóstica, validou o exame seguindo rígidos padrões de controle internacionais, e usando como base uma amostra positiva específica para a cepa do vírus do surto chinês.

O exame validado usa a tecnologia de PCR em tempo real – a mesma utilizada para investigar a presença de outras infecções respiratórias e precisa de pedido médico para ser realizado. “Não foi a primeira vez que mobilizamos o time técnico para desenvolver e validar um teste molecular preciso, de forma rápida: foi assim com a epidemia de febre amarela, em 2017/2018, e com o Zika vírus, em 2015/2016, ambos com ótimas avaliações nos programas internacionais de controle de qualidade”, explica Emerson Gasparetto, vice-presidente da área médica da Dasa.

“Estamos oferecendo em nossos laboratórios hospitalares o exame certificado com as metodologias de padrão internacional, suportando as instituições públicas na confirmação (ou não) do diagnóstico do Covid-19”, explica Gustavo Campana, diretor médico da Dasa. A validação da Dasa se deu por meio de parceria com o Instituto de Medicina Tropical da USP. “Os controles positivos são importantes para a validação clínica, seja para garantir segurança para o paciente ou a assertividade no diagnóstico”, alerta Campana.

Foco na prevenção

Como ainda não há vacina contra o vírus, recomenda-se adotar medidas simples de higiene:

 

  • lavar as mãos sempre, principalmente antes de se alimentar

 

  • fazer higiene nasal: usar lenços descartáveis e cobrir nariz e boca ao espirrar ou tossir

 

  • não compartilhar objetos de uso pessoal

 

  • manter os ambientes bem ventilados

 

  • evitar contato próximo com pessoas que apresentem sintomas ou sinais da doença

 

  • evitar aglomerações e circulação se tiver resfriado ou gripe

 

Pessoas com doenças cardiopulmonares, com sistema imunológico comprometido ou idosas são mais vulneráveis e devem redobrar os cuidados e evitar exposição e infecção pelo vírus.

H1N1 x Covid-19

Myrna Campagnoli destaca, ainda, que apesar de as infecções pelo novo coronavírus se espalharem rápido, elas matam menos que H1N1 na pandemia de 2009. Porém, para o H1N1 e outros vírus influenza há vacina disponível nas redes públicas e privadas. “Nesse sentido, precisamos nos preparar para os períodos mais frios que favorecem o aparecimento de doenças respiratórias e ampliar os cuidados com quem é grupo de risco: crianças, idosos, pacientes com doenças crônicas”, afirma a diretora médica de análises clínicas do Grupo São Camilo.