A iClinic, startup especializada em desenvolvimento de tecnologia para clínicas médicas, que acaba de lançar uma plataforma de telemedicina, para teleorientação e teleconsulta, já conta com 4.294 médicos usuários em apenas cinco dias.
Além de ser uma demanda antiga do setor, a tecnologia é muito importante neste momento de pandemia, pois contribui para o isolamento, ajuda médicos a identificarem sintomas da Covid-19 nos pacientes e também possibilita o atendimento de outros casos.
Nos últimos dias, a telemedicina passou a ser autorizada. Primeiro, o Ministério da Saúde publicou a Portaria n.º 467/2020, em 20 de março. Além disso, o Congresso Nacional aprovou de forma acelerada o Projeto de Lei 696/2020, aprovado no Senado na última terça-feira, 31 de março.
O CEO da iClinic, Felipe Lourenço, explica que a ferramenta de teleconsulta da iClinic é diferenciada das tecnologias existentes no mercado por já nascer integrada ao prontuário da plataforma, o que aumenta a segurança do médico e facilita a experiência. “Além de ampliar acesso da população à saúde, a plataforma também é distinta por ser focada no médico da ponta e ter baixo custo”.
“Minutos antes da consulta, médico e paciente recebem por e-mail e SMS um link que dá acesso à sala virtual onde acontece o atendimento. O médico conta com duas seções para preenchimento: uma para anotações pessoais do profissional, que serão armazenadas diretamente no prontuário, e outra para orientações a serem enviadas ao paciente. Além disso, vídeo e áudio podem ficar armazenados no prontuário iClinic. Isso traz segurança jurídica ao médico e ao paciente. Além disso, para a prescrição de remédios, que em alguns casos exige assinatura digital, contamos com parceria com a empresa Memed e o paciente recebe a receita digitalmente em seu celular”, detalha o executivo.
Baixo custo
No período de lançamento, o médico interessado em aderir à tecnologia iClinic vai ter condições especiais de valores para conhecer a plataforma e seus benefícios. Além disso, quem ainda não for cliente, receberá gratuitamente a assinatura por dois meses um combo com alguns dos outros softwares da empresa, necessários para a completa gestão do consultório médico (recepção e prontuário). “Os usuários não pagam taxa de instalação, não há prazo de fidelidade e nem de duração do contrato. Acreditamos no produto e queremos fidelizar pela qualidade”.
A empresa também está doando sua tecnologia para determinados grupos de profissionais que estão atuando diretamente contra o surto da Covid-19 no país. “Até o fim de abril, a iClinic vai liberar gratuitamente a nova ferramenta para alguns grupos de profissionais e projetos sociais que estão trabalhando diretamente na linha de frente de combate ao coronavírus”, explica Lourenço.
Hoje a iClinic conta com quatro produtos específicos em sua plataforma: marketing médico; recepção (focado em agendamento de consultas); prontuário eletrônico (software utilizado para histórico e integrado à prescrição); e gestão (utilizado no faturamento de consulta e procedimentos com operadoras, recebíveis, contas a pagar e controle de estoque). “Por meio do iClinic Marketing mais de 300 mil pacientes foram impactados com orientações sobre a Covid-19”, acrescenta.
O executivo explica que a empresa já desenvolve um sistema de pagamento integrado. “Hoje o paciente pode pagar a consulta pelos meios tradicionais: transferência bancária, DOC e TED, ou ainda faturar para a operadora com uma foto da carteira do plano de saúde do paciente, mas, em breve, os médicos poderão receber por cartão de crédito e boleto”.
Embora a portaria libere a telemedicina durante a pandemia do novo coronavírus, Lourenço diz acreditar que o atendimento médico à distância no Brasil veio para ficar, já que é uma antiga demanda, tanto de médicos, quanto de pacientes. “A telemedicina já é realidade em muitos países, como os da Europa, China e Estados Unidos”, acrescenta Lourenço.
De acordo com o texto do Projeto de Lei, a telemedicina será autorizada para qualquer atividade da área da saúde. O uso de tecnologias de informação e de comunicação, como videoconferências, poderá ser destinado a serviços oferecidos por médicos de diferentes áreas para casos que não sejam de emergência ou que independem de exame físico, além de nutricionistas e psicólogos.
“Antecipamos o lançamento para atender a alta demanda. Muitos médicos de consultórios deixaram de atender em razão da pandemia e do distanciamento social. Agora, há uma lista de espera de médicos interessados. Também fomos procurados por laboratórios farmacêuticos que querem adquirir assinaturas para distribuir para sua rede de relacionamento ou investir no produto”, complementa o CEO da startup.
Ao todo, a startup já captou R$ 10 milhões em rodadas de investimento. Entre os investidores, há o executivo Pedro Moll, da família fundadora e controladora da Rede D’Or São Luiz.